Entre os fatores que influenciam a distribuição de espécies nas comunidades vegetais localizadas em regiões ribeirinhas, as características do solo são consideradas os mais importantes. No presente estudo, foram avaliadas a composição florística, a diversidade e a estrutura de três estratos da vegetação e suas relações com as características do solo em um fragmento de floresta aluvial na bacia do rio Iguaçu, no estado do Paraná. Buscou-se verificar se a estrutura e a diversidade da floresta nos diferentes estratos podem ser explicadas por fatores edáficos e hídricos. Caracterizaram-se os parâmetros estruturais e a composição florística de três estratos da vegetação % de regeneração (20 cm < altura < 1,30 m; 80 sub-parcelas de 1 m×1 m), intermediário (perímetro à altura do peito - PAP < 15 cm, altura > 1,30 m; 20 sub-parcelas de 5 m×5 m) e superior (PAP > 15 cm, 20 parcelas de 10 m×10 m) - e correlacionaram-se as abundâncias das espécies com os parâmetros do solo e do lençol freático de cada parcela. A floresta caracterizou-se por baixa diversidade (H' = 2,36 no estrato de regeneração, 2,49 no estrato no estrato intermediário e 1,59 no estrato superior) e alta similaridade florística entre estratos (índices de similaridade de Sørensen > 0,65). As relações entre a distribuição espacial das espécies e as características do solo foram distintas entre estratos: no estrato superior correlacionou-se com a profundidade do lençol freático e o teor de matéria orgânica; no intermediário, com profundidade do lençol e teor de alumínio, porém no estrato inferior nenhum dos fatores ambientais analisados explicou a distribuição das espécies. Os resultados sugerem que a estrutura e a composição florística destas comunidades aluviais refletem os diferentes níveis de interação ao longo do ciclo de vida dos indivíduos.
estrato de regeneração; floresta com Araucária; floresta Ombrófila Mista; lençol freático; nutrientes do solo