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Universidade de São Paulo - USP

TESES E DISSERTAÇÕES THESIS AND DISSERTATIONS

UNIVERSIDADE DE SÁO PAULO - USP

Dissertações

TÍTULO: Aspectos de anatomia ecológica da folha de algumas Polypodiaceae (Pteridophyta) da Serra da Cantareira (SP).

AUTOR: Juvenal Vieira Filho

DATA: outubro, 1987

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Sylvio Panizza (Presidente)

Therezinha Sant'Anna Melhem

Maria Emília Estelita Teixeira

RESUMO - No presente trabalho foram estudados alguns aspectos anatômicos da lâmina foliar de cinco espécies de Polypodiaceae (Pteridophyta) da Serra da Cantareira (São Paulo): Campybneurum phyllitidis (L.) Presl., Microgramma squamulosa (Kaulf.) Sota, Polypodium catharinae Langsd. & Fisch., Potypodium phimula Willd. e Polypodium hirsutissimum Raddi. São descritos os ambientes, as localidades e as condições climáticas onde as espécies se desenvolvem. E feita uma descrição geral da lâmina foliar de cada espécie e de pormenores de cada amostra. São fornecidos os parâmetros estatísticos de alguns caracteres de análise de variância foram selecionadas duas variáveis: eixo maior do estômato e densidade estomática. E introduzida uma classificação dos estômatos quanto à sua forma, semelhante a uma já usada para a classificação de grãos de pólen. Os tipos de estômatos são comparados entre as espécies, os tipos de plantas e as localidades de onde provêm. Conclui-se que as plantas das duas localidades estudadas não são diferentes e que a mesma espécie de planta, desenvolvendo-se no chão ou como epifita, apresenta diferenças quanto a alguns caracteres anatômicos.

TÍTULO: A flora arbóreo-arbustiva da mata da reserva da Cidade Universitária "Armando de Salles Oliveira", São Paulo, SP.

AUTOR: Lúcia Rossi

DATA: Novembro, 1987

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Sylvio Panizza (Presidente)

Marico Meguro

Antônio Salatino

RESUMO - O presente trabalho trata do levantamento das árvores e arbustos da mata da Reserva da Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira. Essa área representa um resquício da cobertura florestal primitiva da cidade de São Paulo, embora alterada pela interferência humana. Atualmente é utilizada como local de pesquisa e para atividades didáticas por professores e alunos da Universidade de São Paulo. Com base no estudo dos materiais coletados ao longo de 3 anos e na análise de coleções de vários herbários, foram reconhecidas 123 espécies de árvores e arbustos, pertencentes a 87 gêneros em 35 famílias de angiospermas. As famílias mais bem representadas em número de espécies são: Leguminosae - 18 espécies, Myrtaceae - 11 espécies, Solanaceae - 10 espécies, Euphorbiaceae - 9 espécies e Rubiaceae - 8 espécies São apresentadas descrições das famílias, gêneros e espécies: uma chave para identificação das espécies baseada exclusivamente em caracteres vegetativos: chaves de identificação para os gêneros e espécies de cada família, assim como comentários sobre a fenologia, dispersão e distribuição geográfica das espécies. Além disso, são discutidas as relações florísticas da mata da Reserva com a Mata Atlântica.

TÍTULO: Luminaria (Phaeophyta) no Brasil - Uma perspectiva econômica.

AUTOR: Neyla Quege

DATA: Abril, 1988

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Eurico Cabral de Oliveira Filho (Presidente)

Eugênio Aquarone

José Bonzani da Silva

RESUMO - Pelos estudos até agora realizados com o gênero laminaria no Brasil existe uma forte tendência a admitir que este recurso natural renovável seja explotável. Pudemos avaliar de forma estimada a biomassa disponível (estoque); sua provável sobre a biometria da planta, bem como, suas características morfológicas externas; traçar algumas relações sobre a sazonalidade do teor de alginato, época de reprodução, características organolépticas, bem como testar a aceitabilidade de seu paladar. Diversos processos de extração de alginato foram testados e definido um proceso pelo qual se obtém um alginato com viscosidade e rendimento de interesse comercial, em escala laboratorial. Faltam respostas sobre a taxa de crescimento, e em particular a forma de repovoamento deste banco, que certamente fornecerão subsídios tecnológicos para que o banco não venham ser exaurido por exploração predatória, aos moldes de outros recursos naturais brasileiros. Foi feito uma revisão bibliográfica envolvendo a biografia do gênero Laminaria, a ecologia e o aproveitamento econômico desta alga de forma a trazer mais subsídios para o entendimento das espécies brasileiras e darmos o valor devido a este recursos marinho.

TÍTULO: Aspectos da Biologia de Agardhiella subulata (C.Ag.) Kraft et Wynne e Solieria filiformis (Kuetzing) Gabrielson (Rhodophyta-Gigartinales) da praia do Codó-Ubatuba, São Paulo-Brasil.

AUTOR: Rosa Sanae Shintani

DATA: Setembro, 1988

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Yumiko Ugadim (Presidente)

Noemy Yamaguishi Tomita

Eurico Cabral de Oliveira Filho

RESUMO - O acompanhamento de populações na Praia do Codó (Município de Ubatuba, Estado de São Paulo, Brasil) e estudos de laboratório, revelaram a coexistência simpátrica de espécimes aceitos como Solieria filiformis (= S. tenera) e espécimes identificados no presente trabalho como Agardhiella subulata. As duas espécies foram estudadas comparativamente quanto à distribuição espacial, fenologia, e crescimento e desenvolvimento sob diferentes condições, em cultura de laboratório. Em ambas as espécies, observou-se ampla variação no tamanho de carpósporos e tetrásporos Estes mostraram-se igualmente viáveis, nas condições da investigação. As duas espécies apresentam o mesmo padrão de germinação. Quanto ao desenvolvimento do talo, A. subulata liformis tende a radiado, com acentuada capacidade de regeneração de frondes a partir de pontos de fixação secundária, sugerindo habilidade desenvolvida para propagação vegetativa. O crescimento, em condições homogêneas e com disponibilidade de nutrientes, é maior em, A. subalata. O comportamento diverso de, A. subulata e S. filiformistm laboratório, correlaciona-se com o habitat em que predominam. As observações em laboratório e em populações naturais, sugeriram que as duas espécies apresentam estratégias distintas de reprodução e crescimento.

TÍTULO: Fitoalexinas em rubiáceas nativas de mata e cerrado induzidas por Trichoderma pseudokoningii Rifai.

AUTOR: Márcia Regina Braga

DATA: Outubro, 1988

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Sônia Machado de Campos Dietrich (Presidente)

Otto Richard Gottlieb

Antônio Salatino

RESUMO - Trinta e três espécies nativas tropicais pertencentes à família Rubiaceae e procedentes de mata e cerrado foram analisadas quanto à sua capacidade de produzir fitoalexinas, quando inoculadas com esporos do fungo saprófita Trichoderma pseudokoningii Rifai. Procurou-se correlacionar as respostas obtidas com o habitat e o porte das plantas e também com os métodos de indução empregados. Foram selecionadas quinze dessas espécies para acompanhamento da resposta fitoalexínica em diferentes épocas do ano, com o intuito de analisar a influência de fatores ambientais e do estádio fenológico das plantas nesse mecanismo de defesa. Foi verificado que plantas de mata e cerrado respondem com a produção de fitoalexinas havendo, em ambos os casos e nas condições empregadas, predomínio desse tipo de resposta nos gêneros arbóreos e arbustivos. As respostas variaram com o método de indução, sugerindo influência de características estruturais das folhas na interação. Ensaios realizados em diferentes épocas do ano, com uma mesma técnica de indução, revelaram variação sazonal na produção de fitoalexinas, havendo decréscimo no número de plantas que respondem e na intensidade das respostas nos meses frios e secos (julho e agosto), tanto em espécies de mata como de cerrado. Esses dados sugerem que, embora a maioria das rubiác eas analisadas possua capacidade de produzir fitoalexinas, a expressão dessa capacidade parece ser influenciada por condições ambientais.

TÍTULO: A Família Lythraceae na Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil.

AUTOR: Taciana Barbosa Cavalcanti

DATA: Outubro, 1988

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Antônio Salatino (Presidente)

Graziela Maciel

Waldir Mantovani

RESUMO - Este trabalho trata do levantamento taxonômico das espécies de Lythraceae da Serra do Cipó, localizada no município de Santana do Riacho, ao sul da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais, Brasil. Visa especialmente, contribuir para o estudo florístico da vegetação de campos rupestres, projeto em andamento pelo Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. A região pode ser caracterizada pelas altitudes de 900 a 1,400m s.n.m. onde instalam-se especialmente os campos rupestres, entremeados por manchas de cerrado, matas de galeria e campões. O estudo apresentado baseou-se nas coleções existentes, em herbários nacionais e estrangeiros e em coletas sistemáticas na Serra do Cipó, durante dois anos, quando puderam ser feitas as observações de campo. Foram identificadas 25 espécies de Lythraceae na Serra do Cipó, reunidas em três gêneros: Cuphea P. Br (13 espécies): Diplusodon Pohl (nove espécies) e Lafoensia Vand. (três espécies). São apresentadas chaves de identificação, descrições e ilustrações para os gêneros e espécies, incluindo-se comentários sobre a variabilidade morfológica, taxonomia e distribuição geográfica.

TÍTULO: Estudos sobre o inibidor de fito vírus presente em Silene schafta S.G. Gmel ex Hohen.

AUTOR: Maria Amélia Vaz Alexandre

DATA: Novembro, 1988

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

José Bonzani da Silva (Presidente)

Maria Mércia Barracas

Sylvio Panizza

RESUMO - A preparação aquosa de folhas de Silene schafta (Caryophyllales) inibiu, em mais de 90%, o número de lesões locais induzidas pelo TMV em N. glutinosa. Diante desses resultados, procurou-se fazer um estudo pormenorizado do inibidor de fito vírus, presente em S. schafta. Constatou-se que o inibidor ocorre em extratos de caules, folhas, raízes e sementes, induzindo porcentagens de inibição superiores a 80%. Não houve diferenças significativas entre os resultados, por isso os demais experimentos foram realizados utilizando-se folhas, por serem de mais fácil manuseio, e por ocorrerem em maior quantidade. O extrato foliar testado em três diferentes hospedeiras hipersensíveis ao TMV, induziu maior porcentagem de inibição nas espécies não relacionadas toxonomicamente com a que contém o inibidor. Desse modo, N. glutinosa e D. stramonium (Solanaceae) apresentam, quando inoculadas com a mistura TMV + inibidor, menor número de lesões do que a hospedeira C. amaranticolor (Chenopodiaceae). O inibidor mostrou-se efetivo, também, em outras interações vírus-hospedeira hipersensível: EMV - N. glutinosa, PVX - G. globosa e ToMV - N. glutinosa. Quando testado em espécies que reagem sistemicamente aos vírus TMV, PVYN e TSWV, o inibidor, aplicado antes da inoculação, não impediu o aparecimento de sintomas sistêmicos do TMv em N. tabacum cv. White Burley (fumo); porém, atrasou o aparecimento de lesões, reduzindo em 50% o número de tomateiros com sintomas do TSWV e impediu o aparecimento de sintomas sistêmicos do PVYN em 90% das plantas de fumo inoculadas. O extrato inibidor foi parcialmente purificado através de cromatografia em coluna (Sephadex G-75) Apés a leitura da absorbância (280 nm) das frações verificou-se que as proteínas foram eluídas a partir da fração 8, volume correspondente a 28 ml. As frações de número 8 a 13, cujos valores de absorbância registrados foram iguais ou superiores a 0,450 apresentaram atividade antiviral. Quando duas dessas frações foram submetidas à eletroforese (PAGE-SDS) foram evidenciadas pelo menos duas bandas de natureza protéica, coradas com "Coomassie blue".

TITULO: Efeito da temperatura na infecção induzida pelo vírus da necrose branca do tomateiro (VNBT) em plantas de Datura stramonium.

AUTOR: Addolorata Colariccio

DATA: Novembro, 1988

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

José Bonzani da Silva (Presidente)

Maria Mércia Barradas

Gilberto Barbante Kerbauy

RESUMO - O presente trabalho consiste no estudo de algumas alterações induzidas pela temperatura na interação VNBT - D. stramonium. Nas temperaturas de 15ºC, 25ºC e 30 C, as plantas reagiram, respectivamente: a) com ponturações necróticas localizadas, seguidas de intensos sintomas sistêmicos; b) com sintomas sistêmicos de clareamento das nervuras, seguido de mosqueado clorótico; c) sem sintomas aparentes. Os sintomas foram acompanhados por mudanças no teor de clorofila e alterações ultraestruturais, além de feitos da temperatura na replicação, na infectividade e na translocação no vírus. Houve maior redução do teor de clorofila nas plantas mantidas a 15ºC e a 25ºC, que manifestaram sintomas de mosaico. Observações ultraestruturais em folhas de D. stramonium infectadas com o VNBT e mantidas nas três temperaturas mostraram, principalmente, a ocorrência de vesículas periféricas nos cloroplastos, sendo que o número e o tamanho das mesmas foi proporcional à severidade dos sintomas. Assim, 15 dias após a inoculação, a 15ºC, maiores alterações nos cloroplastos: vacuolização, arredondamento e "dumping" destas organelas e, a 30ºC, a microscopia eletrônica revelou a ocorrência de vesículas pequenas e pouco numerosas, embora não tenha sido possível observar sintomas nas plantas. Entre as temperaturas estudadas, constatou-se que 25ºC foi a mais favorável à replicação, infectividade e translocação do VNBT. Pelos resultados obtidos, verificou-se que o BNBT se comporta com os vírus do "segundo grupo", conforme a classificação de Kassanis (1952), os quais não se replicam em temperaturas próximas de 36ºC.

TÍTULO: A Família Iridaceae na Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil.

AUTOR: Nadia Said Ávila

DATA: Dezembro, 1988

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Ana Maria Giulietti (Presidente)

Hilda Maria Longhi Wagner

Maria Luiza Faria Salatino

RESUMO - O presente trabalho refere-se ao levantamento taxonômico das espécies de Iridaceae presentes na Serra do Cipó, localizada ao sul da Cadeia do Espinhaço, no município de Santana do Riacho, estado de Minas Gerais. Para este trabalho foram efetuadas coletas no período de 3 anos, além da análise de diversas coleções depositadas em herbários nacionais e estrangeiros. Com base no estudo do material coletado na região foram reconhecidos os seguintes taxa: Sisyrinchium vaginatum Spreng., Sisyrinchium nidulare (Hand. - Mazz.) Johnston, Cipura paludosa Aubl., Neomarica rupespris (Rav.) Chukr subsp. rupestris Rav., Trimezia violacea (Klatt) Rav., T. lutea (Klatt) Foster, T. juncifolia (Klatt) Benthn. & Hook., T. truncata Rav., T. fistulosa Foster var. fistulosa, T. fistulosa Foster var. longifolia Chukr, Pseudotrimezia cipoana Rav. e P. gracilis Chukr. Foram apresentadas uma espécie, uma variedade e uma combinação nova para a ciência: Pseudotrimezia gracilis, Trimezia fistulosa var. longifolia e Neomarica rupestris subsp. rupestris. São apresentadas chaves de identificação e ilustrações das espécies, incluindo-se dados sobre a distribuição geográfica, fenologia e ecologia das mesmas.

TÍTULO: Aspectos ontogênicos, morfológicos e estruturais da galha foliar de Phoebe brasiliensis Mez-Lauraceae.

AUTOR: Rosalva Carrocini de Mello Viana

DATA: Maio, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Berta Lange de Morretes (Presidente)

Célia Massa Beltrati

Walkyria Rossi Monteiro

RESUMO - Neste trabalho, são apresentados dados morfológicos e anatômicos da galha causada por um Homóptera, Psyllidaee, Triozinae, sobre a folha de Phoebe brasiliensis Mez. - Lauraceae. E efetuada uma análise anatômica comparativa entre os tecidos afetados e os não afetados correspondentes. A galha estudada encontra-se localizada principalmente nas proximidades da nervura central do limbo foliar, estando também presente nas adjacências das nervuras secundárias. Quando adulta, a galha, tem aspecto levemente elíptico, sendo mais desenvolvida na superfície adaxial do limbo foliar. É uma galha deiscente, abrindo-se em forma de estrela. Histologicamente pode ser definida como sendo prosoplasmática sendo induzida através de ação de um psilídeo ectoparasita. Seu desenvolvimento ocorre por crescimento combinado através de protuberâncias envolventes e em bolsa. Nas fases mais adiantadas da cecidiolgênese, o crescimento mais acentuado da bolsa ultrapassa o das protuberâncias envolventes, vindo a caracterizar a forma final da galha estudada. Os mecanismos que conduzem à sua formação englobam processos hipertróficos, hiperplásicos, de inibição e adaptativos.

TÍTULO: Agaricales do Parque Estadual da Ilha do Cardoso (Exceto Tricholomatacea).

AUTOR: Marina Capelari

DATA: Maio, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Vera Lùcia Ramos Bononi (Presidente)

Maria Barreto de Figueiredo

Yumiko Ugadim

RESUMO - Neste trabalho são estudadas as espécies das famílias Agaricaceae, Amanitaceae, Bolbitiaceae, Coprinaceae, Cortinariaceae, Crepidotaceae, Entolomataceae, Hygrophoraceae, Pluteaceae, Strophariaceae, Boletaceae e Russulaceae, que ocorrem na Ilha do Cardoso, Cananéia, SP. Os exemplares estudados foram coletados em excursões bimensais, durante um período de dois anos, iniciadas em julho de 1983 e concluídas em maio de 1985, além do material de herbário já existente (SP). Foram identificados e descritos 73 táxons específicos e infraespecíficos, classificados em 28 gêneros. Destes táxons, cinco espécies dos gêneros Coprinus, Hugrocybe e Phaeomarasmius são considerados, em princípio, como novas para a Ciência, cinco constituem variedades que não as típicas de suas espécies e 12 foram identificados com a ressalva confronte (cf.), sendo que todas as espécies são saprófitas. Do total de táxons mencionados, 52 constituem primeiras citações para o Brasil e 63 para o Estado de São Paulo. Os gêneros Phaeornarasmius, Limacella, Eccilia e Leptoriia estão mencionados pela primeira vez para o Brasil e para São Paulo. As espécies mais freqüentes foram: Leucocoprinus brebissonii, L. fragilissimus, Gymnopilus earlei, Pyrrhoglossum pyrrhum, Inopilus cystidiphorus, I. speciosus, Leptonia howellii, Nolanea permutata, Hugrocybe occidentalis var. occidentalis, H. occidentalis var. scarletina, H. Siparia, Hygrocybe sp2 e Hypholoma subviride. Também são fornecidas chaves de identificação para as famílias, gêneros e espécies estudadas.

TÍTULO: A Família Cactaceae nos campos rupestres da cadeia do espinhaço - Minas Gerais, Brasil.

AUTORA: Daniela Cristina Zappi

DATA: Agosto, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Ana Maria Giulietti (Presidente)

Pedro Ivo Soares Braga

Antônio Salatino

RESUMO - Foi feito o levantamento taxonômico das espécies de Cactaceae encontradas nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço do Estado de Minas Gerais, como contribuição para o conhecimento da flora dos campos rupestres do Brasil. Com base em estudos do material coletado para este trabalho, observações das populações no campo e revisão dos herbários brasileiros, foram reconhecidos os seguintes taxa para a região estudada: Arrojadoa eriocaulis var. eriocaulis e A. eriocaulis var. albicoronata; Arthrocereus ccmpos-portoi, A. melanurus, A. odorus e A. rondonianus; Austrocephalocereus albicephalus; Brasilicereus markgrafii; Cereus calcirupicola; Cipocereus bradei, C. crasisepalus, C. laniflorus, C. minensis var. minensis e C. minensis var. pleurocarpus; Discocactus insignis e D. placentiformis; Hatiora salicornioides; Leocereus urandianus; Melocactus amethystinus e M. concinnus; Micranthocereus auri-azureus; Opuntia inamoena; Pilosocereus coerulescens var. coerulescens, P. coerulescens var. aurilanatus, P. coerulescens var. werdermannianus, P. floccosus, P. fulvilanatus e P. superbus; Uebelmannia gummifera e U. pectinifera. O gênero Cipocereus foi ampliado, contando, desta maneira, com uma espécie nova para a ciência, Cipocereus laniflorus, e duas combinações novas, C. bradei e C. crassisepalus. Os seguintes taxa foram incluídos na sinonímia: Piptanthocereus cabralensis e P. cipoensis sob Cereus calcirupicola; Melocactus robustispinus sob M. concinnus; Uebelmannia meninensis sob U. gummifera. Algumas espécies tiveram seu nível modificado, tendo sido consideradas como variedades: Cipocereus pleurocarpus como C. minensis var. pleurocarpus; Pilosocereus aurilanatus como P. coerulescens var. aurilanatus e P. werdermannianus como P. coerulescens var. werdermannianus.

TÍTULO: Levantamento florístico e quimiossistemático da família Campanulaceae - Região da Cadeia do Espinhaço.

AUTORA: Silvana Aparecida Pires de Godoy

DATA: Setembro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Antônio Salatino (Presidente)

Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva

Waldir Mantovani

RESUMO - O presente trabalho apresenta o levantamento florístico para espécies de Campanulaceae na Cadeia do Espinhaço e uma avaliação da distribuição de alcanos da cera foliar epicuticular como caráter taxonômico. Foi detectada a ocorrência de três espécies de Lobelia L., seis de Siphocampylus Pohl e uma de Wahlenbergia Schrad. Os espécimes analisados podem ocupar principalmente três ambientes, orlas ou interior de matas de galeria e ciliares, campos rupestres e brejos. As variações morfológicas intraespecíficas, evidenciam forte influência do ambiente, não sendo tão evidente em relação à variação na distribuição de alcanos. Um tratamento estatístico revelou um poder discriminante da distribuição de alcanos ao nível de 95% de confiança e aos níveis hierárquicos de subfamilia, gênero e espécie, considerando-se cada hidrocarboneto como uma variável. A confiabilidade da característica como fator taxonômico foi discutida, levando-se em consideração as influências do ambiente e estágio de desenvolvimento dos espécimes analisados. Em algumas espécies, observaram-se sensíveis diferenças intraespecíficas na distribuição de alcanos, provavelmente ao nível de ploidia, o que sugere ser o fator genético um dos preponderantes na modulação da característica.

TÍTULO: Anatomia dos órgãos vegetativos das espécies Portulacaceae da Serra do Cipó (MG).

AUTORA: Tereza Cristina Gomes da Silva Marinho

DATA: Setembro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Maria Emília Estelita Teixeira (Presidente)

Marília de Moraes Castro

Nanuza Luiza de Menezes

RESUMO - As Portulacaceae da Serra do Cipó são representadas pelas espécies P. mucronata Lind. e P. hirsutissima Camb. Os caracteres organográficos das espécies são modificados de acordo com as condições do ambiente, principalmente o comprimento e a pilosidade dos ramos e a espessura foliar. O sistema radicular, axial, apresenta a raiz principal na posição inclinada no solo. Ocorre uma capa mucilaginosa proeminente, que recobre grande extensão das extremidades das raízes. Os caracteres relevantes referem-se a formação precoce da periderme na raiz e no caule; a localização superficial desta nestes órgãos; a ocorrência de idioblastos com ucilagem no parênquima cortical da raiz e do caule, a presença de fibras gelatinosas no xilema da raiz e do caule e o processo de enxertia natural entre os ramos, com conexão inclusive, do sistema vascular. A estrutura nodal é constituída por um traço foliar, seguido por dois traços de ramo, com a formação de uma única lacuna. A região de transição é curta, de origem hipocotidonar, e corresponde morfologicamente, a região de constrição. As folhas de P. mucronata apresentam estrutura "Kranz", característica das plantas com fotossíntese Ca, diferindo da disposição das células do parênquima clorofiliano de P. hirsutissima. Ambas contém parênquima cloro filiano de P. hirsutissima. Ambas contém parênquima de reserva, no qual várias células contém mucilagem. Os estômatos são do tipo paracítico e as folhas, anfistomáticas. A nervura central é constituída por um único feixe colateral. O padrão de venação é do tipo comptodromus sub tipo reticulodromus brochidodrumus. A análise ultra-estrutural mostra que em P. mucronata a estrutura dos cloroplastos difere entre a bainha dos feixes vasculares e o mesofilo. No tecido vascular, de ambas as espécies, as células companheiras e parenquimáticas tendem a formar células de transferência.

TÍTULO: Velloziaceae de Grão-mogol, Minas Gerais, Brasil.

AUTOR: Renato de Mello Silva

DATA: Setembro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Ana Maria Giulietti (Presidente)

Hilda Maria Longhi-Wagner

Nanuza Luiza de Menezes

RESUMO - Este trabalho trata do estudo taxonômico das espécies de Velloziaceae da região de Grão-Mogol, localizada ao norte da cadeia do Espinhaço em Minas Gerais. A região se caracteriza por altitudes que vão de 700 a 1.250m s.n.m. onde se encontram principalmente campos rupestres havendo ainda manchas de cerrado, matas semidecíduas, matas ciliares e "carrascais". O estudo das Velloziaceae baseou-se nas coleções existentes em diversos herbários e em coletas sistemáticas na região num período de 2 anos. Foram catalogadas 19 espécies distribuídas em três gêneros: Barbacenia markgrafii Schulze-Menz ex Markgraf, B. reflexa L.B. Smith & Ayensu, B. umbrosa L.B. Smith & Ayensu, Pleurostima riparia Menezes & Mello-Silva, Vellozia aff. angustifolia Goeth & Henr., V. brachypoda L.B. Smith & Ayensu, V. aff. brachypoda L.B. Smith & Ayensu, V. bradei Schulze-Menz ex Markgraf, V. ciliata L.B. Smith, V. crassicaulis Mart. ex Schult, f., V. glauca Pohl, V. grao-mogolensis L.B. Smith, V. hirsuta Goeth. & Henr., V. luteola Mello-Silva & Menezes, V. marcescens L.B. Smith, V. maxillarioides L.B. Smith, V. markgrafii Schulze-Menz ex Markgraf, V. prolifera Mello-Silva e V. spiralis L.B. Smith. Foram detectadas três novas espécies, Pleurostima riparia, Vellozia luteola e V. prolifera. Foram revistas as delimitações taxonômicas constantes da literatura e foi proposta sinonimização de dois tâxons em B. markgrafii e a sinonimização das variedades de V. marcescens. São apresentadas chave de identificação para as espécies, descrições e ilustrações dos gêneros e espécies, incluindo descrições anatômicas do limbo foliar e comentários sobre a variabilidade morfológica observada, a taxonomia e relacionamento entre os táxons, distribuição geográfica e fenologia das espécies estudadas.

TÍTULO Os representantes da Família Pteridaceae, subfamília Cheilanthoidea (Div. Pteridophyta) ocorrentes nos campos rupestres da cadeia do Espinhaço no Estado de Minas Gerais, Brasil.

AUTOR: Jefferson Prado

DATA: Setembro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Paulo Gunther Windisch (Presidente)

Leopoldo Krieger

Yumiko Ugadim

RESUMO - Foi realizado o levantamento taxonômico das espécies da família Pteridaceae, subfamília Cheilanthoideae ocorrentes na Cadeia do Espinhaço no Estado de Minas Gerais, como uma contribuição ao conhecimento da flora dos campos rupestres do Brasil. Com base no estudo do material coletado para este trabalho, observação dos espécimes no campo e revisão dos herbários brasileiros, foram reconhecidos os seguintes táxons para a região estudada: Aciiantopsis radiata (L.) Fée; Cheilanthes concolor (Langsd. & Fisch.) R. & A. Tryon, Ch. flexuosa Kze.; Poyopteris collina (Raddi) J. Sm., P. iomariacea (Kze.) Kl., P. ornithopus (Hool. & Baker) J. Sm., P. sagittifolia (Raddi) J. Sm.: Hemionitis tomentosa (Lam.) Und.; Motholaena eriophora Fée, N. venusta Brade: Pellaeci crenata Tryon, P. gleichenioides (Gard.) Christ, P. pirmata (Kaulf) Prantl, P. riedelli Baker, Pellaeci sp. Foi realizada a revisão taxonômica das espécies brasileiras da secção Ormopteris (J. Sm.) R. & A. Tryon, tendo sido registrada a ocorrência de uma nova espécie para a ciência. São fornecidas chaves dicotômicas para identificação dos gêneros e espécies, bem como descrições e ilustrações das mesmas. Ainda são apresentados dados relativos à distribuição geográfica e fenologia das espécies (com especial atenção para a ocorrência de formas anás e férteis). Dados ecológicos quanto ao enrolamento das frondes, no período de seca, e à influência do fator fogo sobre as espécies também foram abordados e discutidos.

TÍTULO: Influência da temperatura e salinidade no crescimento de algumas espécies de agarófitas e carregenófitas - implicações práticas e biogeográficas.

AUTORA: Nair Sumie Yokoya

DATA: Setembro, 1989

BANCA EXAMINADORA:

Eurico Cabral de Oliveira Filho (Presidente)

Marilza Cordeiro Marino

Gil berto Barbante Kerbauy

RESUMO - Este trabalho trata do comportamento, avaliando através de respostas de crescimento, de algumas espécies agarófitas e carragenófitas quando submetidas a diferentes regimes de temperatura e salinidade. As espécies estudadas foram: Gracilaria córnea, G. aff. verrucosa, Gracilaria sp.2 (subg. Gracilariella), Gracilaria sp.3, Hypnea cornuta, H. musciformis, Meristiella sp. e Pterocladia capillacea, todas do litoral brasileiro, Gracilaria sp.1 (subg. Gracilaria), da Argentina, e G. chilensis, do Chile. Em algumas espécies comparou-se o comportamento de tetrásporos, e/ou capósporos, e plântulas, com os ápices de plantas adultas. As salinidades testadas variaram de 5 a 60g.Kg-2, e as temperaturas de 14 a 30ºC. Segmentos apicais de G. córnea, G. aff. verrucosa, H. musciformis, H. comuta e Meristiella sp. apresentaram mínima a 18ºC, exceto para H. cornuta que sobreviveu a 14ºC. Duas populações de P. capillacea, provenientes de áreas com diferentes regimes térmicos, apresentaram diferentes respostas à temperatura, sugerindo uma adaptação ou aclimatação às condições locais. Gracilaria sp.l, da Argentina, e G. chilensis, do Chile, apresentaram crescimento máximo a 22-26ºC e 18-22ºC, respectivamente. Com exceção de P. capillacea, esporos e plântulas de Gracilaria spp. mostraram ser menos tolerantes a variações de temperatura e salinidade do que os segmentos apicais. Para Gracilaria aff. verrucosa, plântulas derivadas de carpósporos foram mais resistentes do que as plântulas derivadas de tetrásporos às variações de temperatura e salinidade testadas. Todas as espécies, exceto H. musciformis, cresceram na maior salinidade testada, mas os limites inferiores de tolerância variaram entre 5 a 20g.Kg-1, dependendo da espécie. Os resultados obtidos podem auxiliar na seleção de locais e de espécies, para uma possível atividade de maricultura.

TÍTULO: Efeito de fitorreguladores na formação de protocormóides em ápices radiculares de Catasetum fimbriatum (Morren) Lindl. (Orchidaceae) cultivados in vitro.

AUTORA: Sandra Colli

DATA: Outubro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Gilberto Barbante Kerbauy (Presidente)

Rita de Cássia Leone F. Ribeiro

Walter Handro

RESUMO - Estudou-se, neste trabalho, o papel desempenhado pelos fitorreguladores e algumas substâncias modulatórias da ação endógena de determinados hormônios, tanto sobre a formação de protocormóides propriamente ditos, quanto sobre o crescimento dos explantes de ápices radiculares de Catasetum fimbriatum. Constatou-se que, dentre os fitorreguladores utilizados (AIA, AIB, ANA, 2,4-D, 6-BA, cinetina, GA3, etileno e ABA), os que melhor estimularam a formação de protocormóides in vitro foram o etileno e as duas citocininas. Corroborando o possível envolvimento do etileno na conversão de células radiculares em protocormóides, observou-se que a aplicação de uma substância inibitória à síntese desse gás, ou seja o COCl2, retardou, de forma prolongada, o início da formação dessas estruturas, favorecendo, assim, preferencialmente o crescimento longitudinal dos expiantes. Isso pode significar que, na presença da substância anti-etilênica, manter-se-ia, pelo menos durante um certo tempo, o padrão de crescimento caracteristicamente radicular dos explantes. Dentre as demais substâncias de crescimento empregadas, observou-se um efeito proeminente das auxinas na formação de estruturas semelhantes a calos, concomitantemente uma severa inibição na formação de protocormóides. O GA3 estimulou principalmente o crescimento dos expiantes, retardando, com isso, a conversão de ápices radiculares em protocormóides. A presença do ABA no meio de cultura não apresentou efeitos relevantes sobre nenhum dos parâmetros considerados. Discute-se a eventual participação do etileno na conversão de ápices radiculares de C. fimbriatum em protocormóides, bem como o possível envolvimento das citocininas nesse processo.

TÍTULO: Partição de matéria seca no crescimento e variações fenológicas na série de frutanos das raízes tuberosas de Viguiera discolor Baker (Asteraceae).

AUTORA: Eliza Mitiko Isejima

DATA: Outubro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Rita de Cássia Leone Figueiredo Ribeiro (Presidente)

Maria de Fátima Domingos Aleixo Pereira

Gilberto Barbante Kerbauy

RESUMO - Viguiera discolor Baker, planta herbácea, nativa dos cerrados, acumuladora de frutanos nas raízes tuberosas foi estudada quanto ao seu crescimento, durante o primeiro ciclo de vida, com enfoque no padrão de distribuição de matéria seca, tendo em vista que nessa espécie, tanto a floração como a tuberização (processos que constituem fortes drenos) são estimuladas pelas mesmas condições fotoperiódicas. Variações fenológicas dos frutanos contidos nas raízes tuberosas de plantas adultas, estabelecidas em condições naturais, foram também estudadas visto que o metabolismo desses polimeros e fortemente afetado pela concentração da sacarose, cuja distribuição também varia em função da fenologia da planta, ao longo do ciclo anual de desenvolvimento. No primeiro ciclo de vida de plantas cultivadas em condições semi-naturais, constatou-se, com base no peso seco, que a partir do momento da indução floral (junho) ocorre parada no crescimento da parte subterrânea, expressa tanto pelo número, como pelo volume das raízes tuberosas: o crescimento do sistema subterrâneo é retomado somente por volta do início da fase de frutificação (novembro). A análise dos frutanos em plantas coletadas no cerrado mostrou a presença maciça de frutose, glucose, sacarose, isocestose e nistose na fase de floração/frutificação, evidenciando a predominância de processos biossintéticos nesse período. Esses dados sugerem também que a formação dos componentes sucessivamente maiores da série da inulina (mediada pela FFT - frutose-frutose-1-frutosil-sacarose) que é ativada pelo aumento na concentração da sacarose. Na fase de brotação, que ocorre na primavera, foi observado predomínio acentuado de frutose livre no extrato de oligofrutanos, evidenciando a ocorrência de processos degradativos mediados por exohidrolases. Nas fases de início e fim de dormência, outono e inverno, respectivamente, encontraram-se grandes semelhanças no que se refere ao conteúdo e à composição de frutanos nas raízes tuberosas, evidenciando que o processo de translocação de carboidratos para a parte subterrânea tenha ocorrido anteriormente,, iniciando-se já na fase de frutificação.

TÍTULO: Composição Bioquímica de órgãos subterrâneos de reserva de espécies nativas de Dioscorea e análise do desenvolvimento de Dioscorea delicata R. Knuth.

AUTOR: Edison Paulo Chu

DATA: Novembro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Rita de Cássia Leone F. Ribeiro (Presidente)

Lilian Beatriz Penteado Zaidan

Antônio Salatino

RESUMO - Cinco espécies de Dioscorea nativas de mata tropical pluvial foram analisadas quanto aos principais compostos de reserva acumulados nos tubérculos de plantas adultas e quanto a fenologia, por 5 anos consecutivos, em plantas mantidas em condições semi-naturais. A floração foi observada em todas as espécies, havendo formação de sementes viáveis em quatro delas, com germinação superior a 80%. Um ciclo fenológico completo, incluindo o período de dormência (1-2 meses) após a brotação e flutificação, foi observado somente em Dioscorea olfersiana, espécie nativa do local onde foram conduzidas as observações. Das outras espécies, D. delicata e D. subhastata apresentaram um período extenso de floração e D. laxiflora, fases com floração irregular. A não formação de frutos e sementes em D. sanpaulensis talvez esteja relacionada à alta taxa de crescimento vegetativo que esta espécie apresenta, concorrendo portanto, por nutrientes, com a reprodução sexuada e/ou ausência de planta feminina. Em plantas adultas coletadas em condições naturais, das quatro espécies descritas como comestíveis, somente D. subhastata e D. laxiflora apresentaram teor de amido superior a 30%; em D. delicata e D. olfersiana predominou a presença de resíduos fibrosos (superior a 60% do peso seco), havendo pequena quantidade de amido (inferior a 8%). Em todas as cinco espécies foram encontradas proteínas solúveis na fai ra de 1,5 a 5,7% do peso seco. Os carboidratos solúveis na faixa de 1,5 a 5,7% do peso seco. Os carboidratos solúveis de rápida mobilização foram encontrados na faixa de 9 a 15% do peso seco: somente D. delicata apresentou teores inferiores a 5% do peso seco. As sapogeninas esteroidais, compostos secundários de grande valor medicinal e freqüentes no gênero Dioscorea, foram encontradas em concentrações inferiores a 0,3% do peso seco, podendo ser preconizada sua utilização apenas como caráter taxonômico, tendo em vista a grande variação encontrada através de análise cromatográfica por TLC e GLC.

TÍTULO: "Aspectos da dinâmica dos nutrientes minerais em solo sob vegetação de campo cerrado (Mogi-Guaçu, SP)".

AUTOR: Sérgio Luiz Pompéia

DATA: Novembro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Marico Meguro (Presidente)

Fábio Poggiani

Gilberto Barbante Kerbauy

RESUMO - Este trabalho visou o estudo da dinâmica dos nutrientes minerais no solo sob o campo cerrado do localizado em Mogi-Guaçú, SP (22º18'S; 47º13'W), como parte integrante dos ciclos biogeoquímicos global do ecossistema. O acompanhamento do ciclo dos nutrientes se deu através da instalação de coletores de água e folhedos ao longo de um perfil vertical do campo-cerrado, em diferentes níveis de estudo: 1 - sobre o dossel, visando identificar a entrada no sistema solo-planta; 2 - sob o dossel, para medir a quantidade de nutrientes lavados das folhas; 3 - na serapilheira, para coleta de folhedo e determinação de conteúdo mineral; 4 - sob a serapilheira, visando identificar o fluxo de entrada de nutrientes no solo mineral através da água de percolação; 5 - a 10cm de profundidade do solo, para avaliar a lixiviação de elementos do horizonte superficial; 6 - no lençol freático, objetivando estimar a saída de nutrientes minerias do sistema solo-planta. Foram também determinados a fitomassa epigéia do extrato subarbustivo herbáceo e a fitomassa hipogéia, até 80cm de profundidade, e os estoques de nutrientes minerias na serapilheira, no solo (0-80cm) e nos compartimentos de fitomassa estudados. Através de um modelo compartimental, estimou-se os fluxos de 13 elementos (N, P, K, Ca, Mg, Zn, B, Cu, Mn, Fe, Al, Si e Na) entre os compartimentos do ecossistema, e seu conteúdo mineral. O ciclo hidrológico foi monitorado através da estação metereológica existente próxima à área de estudo, e da instalação de um poço de tensiômetros e pluviómetros em campo. Os resultados obtidos indicam que o solo extremamente pobre em nutrientes disponíveis às plantas, encontram-se em processo ativo de lixiviação com perdas significativas de silício e acúmulo de ferro e alumínio. Este elemento juntamente com H +, embora perfazendo mais de 90% dos cátions trocáveis do solo, não ocorre em níveis que podem ser considerados tóxicos à vegetação do campo-cerrado. A baixa relação C/N, e as concentrações de N nos diferentes compartimentos indicam que este elemento não é limitante ao ecossistema. O fósforo e cálcio constituem fatores limitantes à ciclagem mineral no campo cerrado, não só pelos níveis reduzidos como também pela acentuada fixação no solo pelo ferro e alumínio. Os balanços de entrada e saída de nutrientes no sistema solo-planta são praticamente nulos para o P, Mg, Cu e Mn; positivos para Zn, B, Al e Fe; e fracamente negativos para Si, Ca, Na e K. Os compartimentos da vegetação encerram mais de 50% dos estoques disponíveis de P, Ca, Mg e Mn. As raízes concentram 96% do Al e 93% do Fe existente na fitomassa. Conclui-se que os processos biogeoquímicos de maior importância para a manutenção do ciclo de minerais no campo cerrado, ocorrem na interfácie serapilheira/solo. Os microrganismos do solo parecem ter papel fundamental neste nível através da ação de micorrizas na absorção de nutrientes do folhedo; da solubilização de nutrientes fixados no solo, especialmente fosfatos; e na fixação de N atmosférico.

TÍTULO: Embriologia e desenvolvimento da semente em Picramnia glazioviana Engl. (Simaroubaceae-Picramnioideae).

AUTOR: João de Deus Medeiros

DATA: Dezembro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Berta Lange de Morretes (Presidente)

Marília de Moraes Castro

Nanuza Luiza de Menezes

RESUMO - O presente trabalho objetiva traçar o desenvolvimento embriológico de Picramnia glazioviana Engl. subsp. glazioviana (Simaroubaceae-Piçramnioideae). O estudo embriológico inclui a megasporogênese e microsporogênese, definindo a estrutura e desenvolvimento do megasporângio e microsporângio, embriogênese e endospermogênese, desenvolvimento e constituição do fruto e semente. Aspectos morfológicos da flor, fruto e semente são também analisados. O processo de germinação das sementes e o desenvolvimento inicial das plântulas foram acompanhados e descritos. Os experimentos de germinação foram realizados em laboratório, e o desenvolvimento da plântula deu-se em condições naturais. A partir de observações ecológicas, acompanhadas de dados estruturais, são feitas inferências sobre polinização, dispersão e sistema de reprodução na espécie.

TÍTULO: Algumas considerações sobre a importância do lenho em estudos taxonômicos e filogenéticos das angiospermas.

AUTORA: Edenise Segala Alves

DATA: Abril, 1990

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Nanuza Luiza de Menezes

José Rubens Pirani

Verônica Angyalossy Alfonso

RESUMO - Neste trabalho foram analisadas microscopicamente em 713 espécies de madeira pertencentes à 570 gêneros num total de 107 famílias, sete características qualitativas do lenho: pontuação intervascular, placa de perfuração, inclinação da placa de perfuração, fibra, parênquima, estratificação e raio. Atribuiram-se às características valores numéricos e os resultados, a nível de família, foram submetidos à uma análise estatística do tipo "cluster analysis", onde, através do método de partição, foram formados sete grupos. A composição dos grupos foi comparada com a composição das ordens dos sistemas de classificação de Dahlgren (1975 e 1980) e Cronquist (1981) e verificou-se que há muitas concordâncias entre os grupos e as ordens propostas pelos dois autores, embora tenham sido encontradas algumas divergências. Numa segunda etapa, os grupos foram reunidos em lotes segundo um grau crescente de especialização. Posteriormente os resultados obtidos foram comparados com as subclasses propostas por Cronquist e verificou-se a existência de um paralelismo entre os grupos formados e essas subclasses. O lote com os grupos menos especializados (4, 6 e 7) foi aquele que reuniu maior número de famílias pertencentes à subclasse também menos especializada. O lote com os grupos com especialização intermediária (1, 3 e 5) foi o que reuniu maior número de famílias das subclases intermediárias e o lote com o grupo aqui considerado mais especializado (2) reuniu mais famílias da subclasse mais especializada do sistema de Cronquist.

TÍTULO: Estudo anatômico do lenho em espécies de mata ciliar da Serra do Cipó (MG).

AUTORA: Agnes Elisete Lughi

DATA: Abril, 1990

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Nanuza Luiza de Menezes

Jane Elizabeth Kraus

Verônica Angyalossy Alfonso

RESUMO - As características anatômicas do lenho de 21 espécies arbóreas, pertencentes a 14 famílias de ocorrência na Mata Ciliar da Serra do Cipó-MG, foram estudadas sob o aspecto macro e microscópico. Foram descritas as seguintes espécies: Tapirira marchandii Engl., Guatteria vilosissima St.-Hil., Aspidosperma pyricollym Muell. Arg., Eremanthus incanus St.-Hill., Aspidosperma pyricollym Muell. Arg., Eremanthus incanus Less., Vanillosmopsis erytropappa Schultz, Alchornea triplinervia (Spreng.) Muell. Arg., Hieronima alchorneoides Fr. Aliem., Richeria grandis Vahl, Hyptis aspérrima (Spreng.) Epling., Nectandra reticulada (Ruiz & Pav.) Mez., Phoebe obovata Baitello, Inga sessilis Mart., Tibouchina candolleana (D.C.) Cogn., Tibouchina stenocarpa Cogn., Trembleya parviflora (D.Don.) Cogn., Prunus sellowii Koehne, Bathysa nicholsonii Schum., Aegiphila sellowiana Cham., Vitex poligama Cham., Vitex poligama Cham., Myrsine umbeüata Mart. e Vochysia tucanorum (Spreng.) Mart. As características anatômicas do lenho foram analisadas qualitativa e/ou quantitativamente, sendo que estas foram, também, submetidas à análise estatística e esses dados organizados em fichas biométricas. Com base nas características observadas, foram elaboradas duas tabelas e um gráfico sobre os quais se procurou fazer uma análise comprativa relacionando tais características às condições ambientais dessa mata. Apesar de algumas características quantitativas como diâmetro médio dos vasos, freqüência e comprimento dos elementos vasculares indicaram estratégias das espécies tanto no sentido de eficiência do fluxo, quanto no de garantia do mesmo, outras (qualitativas) como tipo de parênquima axial, tipo de fibra, presença de camada de crescimento e presença de céula do raio perfurada, indicaram uma maior tendência das espécies de se adaptarem a condições hídricas desfavoráveis do meio.

TÍTULO: Núcleos de gelo biogênicos em Coffea arabica (L.).

AUTOR: Fábio Luiz Teixeira Gonçalves

DATA: Julho, 1990

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Oswaldo Fidalgo

Marico Meguro

Yumiko Ugadim

RESUMO - As atividades agropecuária nas regiões Centro-Sul do Brasil sofrem periodicamente com o fenômeno de geada; sendo esta ocorrência de grande importância econômica e social. O fenômeno da geada é em estudo miltidisciplinar que têm sido amplamente estudado, mas quase sempre no ponto de vista macroscópio, por esta razão se faz necessário um estudo à nível microscópico da formação do gelo. Acompanhando a metodologia empregada por Fresh (1985) e Schnell & Vali (1976), descobridores da presença da bactéria epifítica Pseudomonas syringas var. syringas como agente nucleante (INA+ ou "Ice Nuclei Active"), foi feito um levantamento da microflora (bactéria e fungos) existente no folhedo e em folhas verdes na cultura mais afetada, no Brasil, pela geada, a do café (Coffea arabica). A microflora, extraída deste folhedo, foi submetida a testes de congelamento para reconhecer sua atividade nucleante ou não. Dos testes efetuados foram encontrados oito bactérias consideradas parcialmente nucleantes e um fungo parcialmente nucleante, o Chlamydomyces sp. Foram consideradas parcialmente nucleantes toda a suspensão que teve como ponto de congelamento médio entre a P. syringcie e a água bidestilada e esterilizada. Foram descobertos, também, a atividade nucleadora de gelo da bactéria patogênica P. syringae var. garceae, superior até a P. syringae var. syringae e dos uredinosporos da ferrugem de cafeeiro, a Hemileia vastatrix. Estas, inclusive, por ser o primeiro fungo com esta atividade marcadamente nucleante, merece estudo mais detalhado, tendo em vista sua importância do ponto de vista social e econômico.

TÍTULO: Implicações taxonômicas do perfil flavonoídico de Leiothrix Ruhl. (Eriocaulaceae).

AUTORA: Anne Lígia Dokkedal

DATA: Setembro, 1990

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Antônio Salatino

Ana Maria Giulietti

Euclides Lameiras Barreiras

RESUMO - As Erioculaceae constituem uma família natural, essencialmente neotropical e apresenta sérias dificuldades taxonômicas. Visando a utilização da química de flavonóides como contribuição para uma melhor caracterização de seus gêneros e espécies, foi realizado o estudo do perfil flavonoidico do gênero Leiothrix Ruhl. A identificação dos flavonóides foi realizada por meio de técnicas cromatográficas em papel e em camada delgada, e espectro fotometria de UV/Visível. A nível de gênero verificouse que Leiothrix é distinto quimicamente dos dois gêneros para os quais se tem dados sobre perfil flavonoidico, Paepalanthus e Eriocaulon; enquanto para Leiothrix foram identificados flavonóides derivados de flavona, os dois outros gêneros se caracterizam por apresentar derivados de flavonol, tendo assim maior afinidade química. Em Leiothrix foram identificados derivados de luteolina em todos os espécimens estudados. No subgênero Trichocalyx os espécimens se caracterizaram pela presença de nepetina e seus derivados glicosilados, nepetina-7-O-glucosídio e nepetina-7-0-arabinosídio. L. scherophylla, do subgênero Eleutherandra, não apresenta distinção química das espécies L. spiralis e L. vivipara, dc subgênero Leiothrix; nas três espécies foram isolados O- e C-glicosídios de luteolina. Os resultados obtidos apoiam a idéia baseada em dados taxonômicos de que Leiothrix tenha se originado a partir de Paepalanthus, por seu perfil flavonoídico diversificado e caracterizado por flavonóis, aspectos considerados plesiomórficos sob o ponto de vista de evolução das angiospermas. Para Leiothrix, a presença de derivados 6-metoxilados em Trichocalyx estabelece uma conexão de afinidade com Paepalanthus, apoiando a idéia de que este subgênero tenha uma posição basal, a partir do qual devem ter se originado os outros subgêneros. A semelhança no padrão flavonoidico para as espécies de Eleutherandra e Leiothrix pode ser atribuída a uma evolução paralela dentro do gênero.

TÍTULO: Estudo da morfogênese "in vitro" em explantes e calos de amor-perfeito (Viola sp).

AUTORA: Sueli Tomi Endo

DATA: Outubro, 1990

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Gilberto Barbante Kerbauy

Eny lochevet Segal Floh

Lilian Beatriz Penteado Zaidan

RESUMO - No presente trabalho, estudou-se o comportamento de diferentes tecidos de amor-perfeito "in vitro", avaliando-se os padrões morfogenéticos e os fatores associados a estes eventos, procurando através destas avaliações estabelecer metodologias de micropropagação da planta. Fundamentalmente, renegeração obtida procedeu-se segundo a via embriogenética e a formação de gemas múltiplas. A embriogênese somática foi obtida apenas em explantes cotiledonares cultivados inicialmente em meio contendo 2,0 mg/l de 2,4-0, onde se formaram calos friáveis, sobre os quais ocorreu a formação de embriões somáticos. Estes embriões somáticos deram origem diretamente a plântulas quando foram transferidos para meios sem reguladores de crescimento. Expiantes oriundos de plantas adultas não apresentaram qualquer competência tanto para a regeneração de gemas adventícias quanto para a formação de embriões somáticos, sendo a fizogênese a única forma de expressão mofogenética observada nestes tipos de explantes. Com relação à propgação por meio de gemas axilares, os melhores resultados forma obtidos em culturas estabelecidas a partir de gemas laterais não isoladas e cultivadas em presença de 1,0 mg/l de 6-BA.

TÍTULO: Substratos alternativos para o cultivo de Pleurotus spp.

AUTORA: Rosana Maziero

DATA: Novembro, 1990

LOCAL: Universidade de São Paulo

NÍVEL: Mestrado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Vera Lúcia Ramos Bononi

Edison José de Paula

Welington Braz Carvalho Delitti

RESUMO - O presente trabalho teve por finalidade o estudo da utilização de substratos alternativos para o cultivo do Pleurotus spp. Primeiramente realizou-se um estudo preliminar das linhagens relacionadas: P. sp. "Rórida" (001-1), P. ostreatus (002-1 e 002-2) e P. salor-calu (004-1). Estas linhagens foram submetidas a testes para a verificação da influência da temperatura sobre o crescimento do micélio. As temperaturas testadas foram de 22, 25, 30, 33 e 36ºC. A atividade decompositora, expressa em perda de matéria orgânica do substrato colonizado, também foi verificada. A segunda etapa consistiu no teste de utilização de vários resíduos agro-industriais (25 tipos diferentes) para verificar se as linhagens eram capazes de utilizá-los como substrato. Com exceção da serragem de ipê (Tabebuia umbellata), de kiri (Paulownia sp.) e do pinheirodo-paraná. (Araucaria angustifolia), todos os demais resíduos foram colonizados. Destes substratos foram escolhidos o bagaço de cana. (Saccharum officinarum), a polpa de café Coffea arabica), o resíduo de soja (Glycine max), o resíduo de rami (Boehmeria rivea), o resíduo de alga (Hypnea sp.), o resíduo de alface (Lactuca sativa) e a palha de trigo (Triticum sp.) para o teste de produtividade. As quatro linhagens foram testadas sob condições controladas para a seleção da mais produtiva, que foi o P. salorcalu (004-1). Esta linhagem foi, então, utilizada para a avaliação da produtividade dos substratos selecionados. Os melhores resultados foram obtidos com a mistura palha de trigo + rami e palha de trigo + resíduo de soja. O bagaço de cana isoladamente possui uma produtividade muito baixa e a mistura com qualquer um dos outros resíduos tetados resultou em uma melhora significativa. No caso da palha de trigo, as demais misturas diminuíram a sua produtividade.

Teses

TÍTULO: Ecologia dos líquens dos manguezais da região sul-sudeste do Brasil, com especial atenção ao de Itanhaém (SP).

AUTOR: Marcelo Pinto Marcelli

DATA: Abril, 1987

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Marico Meguro (Presidente)

Vera Lúcia Ramos Bononi

George John Shepherd

Edison Jose de Paula

Eurico Cabral de Oliveira Filho

RESUMO - A amostragem foi efetuada em 13 níveis ao longo dos troncos, a cada 15 centímetros a partir do topo da camada de algas e de modo a permitir a análise da distribuição por: região microclimática-estrutural, espécie de hospedeiro (forófita), nível no tronco, lado do tronco. Espécies de liquens foram tratadas independentemente e reunidas em grupos morfo-biológicos, que são analisados e seu potencial de aplicação como indicadores biológicos de microclima e tipo de substrato. Os dados quantitativos são analisados em termos de números de espécies e indivíduos, dominância, valores de importância, densidades, freqüências, espectros morfo-biológicos e de freqüências, índices de similaridade e diversidade, e análise multivariada (ordenação). Para a análise da distribuição circular (ao redor dos troncos) foram também levados em consideração as relações de tamanho e número de indivíduos das espécies mais importantes. As diferenças mais evidentes foram encontradas entre as floras das várias regiões microclimáticas-estruturais e são atribuídas às variações de luminosidade e umidade entre elas, porém associadas a algum outro fator. Os 10 primeiros metros da borda do manguezal portam uma flora bastante particular, devida à iluminação e ao vento. Em direção à mata de restinga, o manguezal de Itanhaém sofre alteração de estatura desde 15 até 1,5 metros e, conforme a luminosidade aumenta, grupos heliófilos vão se estabelecendo. Em segundo lugar a distribuição é devida à diferença de qualidade entre as três espécies de foro fitas (pH, rugosidade, capacidade de retenção de água, conteúdo mineral). A flora liquênica sobre Rhizophora mangle é bastante diferente da de Laguncularia racemosa, principalmente nas regiões de sol. Avicennia schaurianci praticamente não porta liquens. Ao longo dos troncos parece que a maior influência na distribuição da flora é dada por dois gradientes opostos (luminosidade e umidade). O maior número de indivíduos e espécies se concentra em níveis intermediários. Ao redor dos troncos a flora se distribui basicamente em três lados (N-SE-SW). O motivo básico dessa distribuição parece ser também a relação luminosidade-umidade entre os lados. Os grupos morfobiológicos estabelecidos mostraram boa sensibilidade às variações ambientais. Floras podem ser comparadas através de espectros morfo-biológicos ou de freqüências Apenas o grupo CROAP (crostosos com apotecio) parece merecer uma maior subdivisão.

TÍTULO: Caracterização anatômica do lenho e da casca das principais espécies de Eucalyptus L'Hérit cultivadas no Brasil.

AUTORA: Verônica Angyalossy Alfonso

DATA: Outubro, 1987

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Nanuza Luiza de Menezes (Presidente)

Maria Aparecida Mourão Brasil

Mário Tomazello Filho

João Peres Chimelo

Margarida Venturelli

RESUMO - Neste trabalho procurou-se, através do estudo anatômico, principalmente microscópico, do lenho e da casca, das 21, principais espécies de Eucalyptus, cultivadas no Brasil. Foram analisadas as características microscópicas qualitativas e quantitativas do lenho. Algumas destas características apresentaram diferenças, quando comparadas com as citadas em bibliografia para as espécies nativas da Austrália, a saber: largura máxima de raios em número de células, tipo de raio, presença de fibra libriforme e/ou fibrotraqueíde e abundância de parênquima axial. Concluiu-se que essas divergências de resultados poderiam estar relacionadas com as diferentes condições climáticas onde cresceram as diferentes espécies analisadas Com as características quantitat i/as do lenho, efetuaram-se análises estatísticas, univariada e multivariada, através do teste de Componentes Principais e "Cluster Analysis", com o objetivo de separar as diferentes espécies. A análise, em conjunto, de algumas características qualitativas e quantitativas do lenho, permitiu discriminar e/ou agrupar as espécies, através da elaboração de uma chave dicotômica diagramática. Constatou-se que espécies agrupadas pela similaridade do lenho, são separadas quando a estrutura anatômica da casca é observada. Foram feitas considerações sobre a classificação de Blakely e Pryor e Johnson, baseadas nas características anatômicas da casca, complementadas com as do lenho.

TÍTULO: Estruturas secretoras em folhas de espécies da família Asteraceae: aspectos estruturais e histoquímicos.

AUTORA: Marília de Moraes Castro

DATA: Outubro, 1987

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Walkyria Rossi Monteiro (Presidente)

Graziela Maciel Barroso

Célia Massa Beltrati

Rita de Cássia Leone Figueiredo Ribeiro

Berta Lange de Morretes

RESUMO - Foi efetuado um levantamento das estruturas secretoras em folhas de 76 espécies da família Asteraceae, que compõem parte da vegetação de cerrado da Reserva Biológica de Mogi-Guaçu. Esse levantamento evidenciou a grande diversidade de tipos das referidas estruturas sendo encontrados: (1) duetos em 41 das 76 espécies (14 gêneros pertencentes às tribos Astereae, Eupatorieae, Heliantheae e Mutisieae); (2) Idioblastos em 24 espécies (11 gêneros distribuídos nas tribos Eupatorieae, Heliantheae, Mutisieae e Vernonieae); (3) hidatódios em 69 espécies (20 gêneros pertencentes às tribos Astereae, Eupatorieae, Heliantheae, Inuleae, Mutisieae e Vernonieae) e (4) tricomas nos mais variados aspectos, perfazendo um total de 10 diferentes tipos, em 75 espécies (21 gêneros distribuídos nas tribos Astereae). Através desse levantamento, verifica-se que essas estruturas têm valor diagnóstico e parecem ter significado taxonômico também para as espécies estudadas nos diferentes níveis hierárquicos. Considerando-se os dados obtidos de literatura referentes à doctos, cavidades, laticíferos, células secretoras alongadas e hidatódios em folhas de espécies de Asteraceae e os dados do presente trabalho, acima mencionados, pode-se dizer que: a ausência e a presença das referidas estruturas, quando consideradas combinadamente, sugerem possíveis afinidades entre os representantes de algumas das tribos com os de outras tribos dessa família. Os duetos e tricomas secretores de Baccharis dracuneulifolia DC, foram estudados mais detalhadamente, tendo sido enfatizados, neste caso, seus aspectos ontogenéticos e histoquímicos. Os duetos são considerados esquizo-lisígenos quanto a sua origem; o material por eles secretado contém substâncias lipofílicas, taninos e polissacarídeos. Os tricomas apresentam um processo de diferenciação semelhante àquele descrito para tricomas de outras espécies de Asteraceae; a secreção fica armazenada nas células que compõem o ápice do tricoma e contém substâncias lipofílicas, taninos e polissacarídeos também.

TÍTULO: Morfologia, Desenvolvimento e Anatomia de Ficus tomentella Miq. (Moraceae).

AUTORA: Léa de Jesus Neves

DATA: Abril, 1988

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Berta Lange de Morretes (Presidente)

Therezinha Sant'Anna Melhem

Célia Massa Beltrati

João Batista Baitello

Margarida Venturelli

RESUMO - É feito o estudo morfológico e anatômico de Ficus tomentella Miq., pertencente ao subgênero Urostigma, acompanhando-se as etapas de diferenciação do corpo vegetativo a partir da germinação. As estruturas de reprodução, analisadas sob o ponto de vista da biologia floral, da anatomia e da morfogênese do fruto, revelaram que a espécie tem características semelhantes às encontradas em F. clusiaefolia, F. atroniifolia e F. religiosa, todas pertencentes ao mesmo subgênero. As principais características de Ficus tomentella referem-se a: presença de pêlos absorventes ramificados nas raízes adventícias: xilopódio de natureza radical: variação da forma e padrão de venação das folhas em diferentes idades; ocorrência de galhas relacionadas às fases de diferenciação da lâmina foliar e a época de floração: presença de pêlos laticíferos: variação da posição dos litocistos encontrados nos cotilédones, primeiros nomofilos e folhas adultas; ocorrência de nectário extrafloral posicionado na base da nervura principal; identificação de espécie nova como agente polinizador: secreção elaborada pelos estigmas, relacionada à maturação das flores femininas; presença de corola reduzida sob a forma de pêlos tectores e claviformes e presença de formações cristalóides no óvulo relacionadas à digestão da nucela.

TÍTULO: Revisão do Gênero Camarea Saint-Hilaire (Malpighiadeae).

AUTORA: Maria Cândida Henrique Mamede

DATA: Outubro, 1988

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Ana Maria Giulietti (Presidente)

Marlies Sazima

Luiza Sumiko Kinoshita Gouvêa

Therezinha Sant'Anna Melhem

Waldir Mantovani

RESUMO - O gênero Camarea é constituído de oito espécies subarbustivas, com flores amarelas vistosas, e características dos cerrados e campos rupestres, cujo centro de diversidade genética é o Planalto Central Brasileiro. Este trabalho compreende a revisão das espécies e inclui chave de identificação, descrições, ilustrações e comentários de cada espécie. São fornecidos e discutidos dados sobre a morfologia, anatomia, palinologia, fenologia, distribuição geográfica, taxonomia e filogenia das espécies do gênero, além das afinidades de Camarea com os demais gêneros do gênero, além das afinidades de Camarea com os demais gêneros da tribo Gaudichaudieae. Foram sinonimizar das Camarea triphylla Adr. Juss. (= C. axillaris St.-Hil.) e C. glazioviana Nied. (= C. sericea St.-Hil.), descrita C. elongata Mamede e referida a ocorrência de um híbrido entre C. affinis St.-Hil. e C. hirsuta St.-Hil. (C. affinis St.-Hil. X hirsuta St.-Hil.).

TÍTULO: Fungos micorrízicos vesículo-Arbusculares da Ilha do Cardoso, SP, Brasil.

AUTORA: Sandra Farto Botelho Trufem

DATA: Dezembro, 1988

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Vera Lúcia Ramos Bononi (Presidente)

Eli Sidney Lopes

Sérgio Teixeira da Silva

Adauto Ivo Milanez

Eurico Cabral de Oliveira Filho

RESUMO - Com a finalidade de se verificar a ocorrência de fungos MVA, no período de agosto de 1984 a maio de 1987, foram realizadas excursões de coletas junto ao Parque Estadual da Ilha do Cardoso, em regiões de duna, restinga e mata. Todos os esporos de fungos MVA documentados por desenhos e fotografias Obteve-se o total de 222 amostras compostas de solo de rizosferas, sendo 62 procedentes de 17 espécies de plantas de duna, 107 de 51 espécies de plantas de restinga e 53 de 35 espécies de mata. Os esporos de fungos MVA procedentes dos solos do Parque Estadual da Ilha do Cardoso, estão distribuídos em 54 táxons desses organismos, 14 dos quais novos para a ciência. Para cada táxon foram elaborados murograma e murônimo. No que se refere à distribuição dos esporos em função do tipo de ecossistema, a restinga foi o mais rico em quantidade e diversidade de fungos MVA, tendo-se observado o número total de 20.616 esporos, com a ocorrência de 48 táxons dentre os 54 verificados, além do número de 192,67 esporos 100g/solo. Seguem-se os solos de duna e mata, cujos números são: duna: número total de esporos: 3.644; número total de táxons verificados: 39: número de esporos/100g de solo: 58,77; número total de esporos: 2.811: número total de táxons verificados: 35; número de esporos/100g de solo: 50,04. As espécies de Scutellospora e Acaulospora predominam nos ecossistemas de solo arenoso, com alta insolação e baixos teores de nutrientes, como é o caso de duna, enquanto que em mata, que apresenta solos mais húmicos, com maiores teores de nutrientes e menor insolação, predominaram as espécies de Glomus e Sclerocystis, este, embora não dominante, ocorrendo em número significativamente maior que em duna e em restinga

TÍTULO: Morfologia e anatomia dos órgãos vegetativos em desenvolvimento de Marcgravia polyantha Delp. (Marcgraviaceae).

AUTORA: Cecília Gonçalves Costa

DATA: Maio, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Berta Lange de Morretes (Presidente)

Maria Emília Estelita Teixeira

Eurides Mambreu

Marília de Moraes Castro

Therezinha Sant'Anna Melhem

RESUMO - O presente trabalho diz respeito aos aspectos morfológicos e anatômicos dos órgãos vegetativos em desenvolvimento de Marcgravia polyanthci Delp., liana da família Marcgraviaceae. Descrevem-se os caracteres anatômicos da raiz adventícia em estrutura primária e secundária, assim como a estrutura primária da raiz grampiforme, que fixa o caule grimpante ao substrato. Órgão caulinar foi analisado sob os pontos de vista morfológico e estrutural, sendo focalizados os três tipos que caracterizam a espécie em questão - caule subterrâneo, caule estéril, em suas porções rastejante e grimpante e caule fértil escandente, portador das inflorescências. Foram registrados os aspectos de diferenciação da estrutura caulinar, a partir de seus estádios iniciais de desenvolvimento até à instalação da estrutura secundária. São descritos os caracteres da casca, do lenho e do caule subterrâneo em estádios avançados de desenvolvimento secundário No caule estéril foi constatada a o corrência de uma endoderme e de uma bainha emilífera, no caule fértil. Foi abordada a questão da heterofilia de M. polyantha, sendo estudadas comparativamente as folhas oriundas dos caules estéreis e dos caules férteis, assim como aquelas que estabelecem transição entre esses dois tipos. Acompanhou-se a diferenciação da lâmina foliar, bem como dos esclereídeos, verrugas suberosas e nectários. Registraram-se os diferentes tipos de estômatos que ocorrem nessas folhas, com predominância do tipo estaurocítico. Foi mencionada a ocorrência de idioblastos taniníferos e cristalíferos em todos os órgãos analisados e de gotas lipídicas no mesofilo.

TÍTULO; Revisão taxonômica de Picramnia Sw. (Simaroubaceae) no Brasil.

AUTOR: José Rubens Pirani

DATA: Junho, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Ana Maria Giulietti (Presidente)

Reinaldo Monteiro

Ariane Luna Peixoto

Hermógenes de Freitas Leitão Filho

Antônio Salatino

RESUMO - O presente trabalho constitui o estudo morfológico e a revisão taxonômica das espécies do gênero neotropical Picramnia Sw. (Simaroubaceae) ocorrentes no Brasil. O estudo foi baseado em materiais coletados pelo autor, observações de populações na natureza e principalmente na revisão de coleções de herbários brasileiros e estrangeiros. Aos dados obtidos através do estudo de morfologia externa, somaram-se aqueles encontrados na análise de aspectos da anatomia foliar e de padrões de venação foliar. Confrontados estes estudos com a literatura, procedeu-se ao tratamento taxonômico, onde foram reconhecidas para o Brasil 19 espécies e oito subespécies, das quais são exclusivamente brasileiras aquelas assinaladas com asterisco: P. sellowii Planchon subsp. sellowii e subsp. spruceana (Engler) Pirani, P. caracasana Engler, P. latifolia Tulasne, P. ramiflora Planchon (*), P. elliptica Kuhlmann ex Pirani & Thomas (*), P. gardneri Planchon subsp. gardneri (*) e subsp. septentrionalis Pirani (*), P. grandifolia Engler (*), P. guianensis (Aublet) Jansen-Jacobs, P. ferrea Pirani & Thomas (*), P. oreadica Pirani subsp. oreadica (*) e subsp. penduliflora Pirani (*), P. campestris Rizzini & Occhioni (*), P. parvifolia Engler, P. excelsa Kuhlmann ex Pirani (*), P. andrade-limae Pirani (*), P. bahiensis Turczaninow (*), P. glazioviana Engler subsp. glazioviana (*) e subsp. amplifoliola Pirani e P. ciliata Martius (*). São apresentadas duas espécies novas para a ciência, P. oreadica do Brasil Central e P. andrade-limae, do Nordeste, e é proposta a distinção de subespécies em P. sellowii, P. gardneri, P. oreadica e P. glazioviana. No estabelecimento da identidade ou circunscrição das espécies, foram revistas as delimitações taxonômicas constantes da literatura, com conseqüente proposta de sinonimizações novas: 2 táxons foram sinonimizados em P. ramiflora, P. latifolia, P. magnifolia, 1 em P. gardneri, P. bahiensis e P. caracasana, e 7 em P. sellowii. São fornecidas chaves analíticas para identificação das espécies e subespécies brasileiras, descrições e ilustrações das mesmas, dados e mapas de distribuição geográfica, fenologia, além de análise crítica dos aspectos morfológicos e taxonômicos importantes em cada caso ou complexo Com relação à distribuição geográfica das espécies estudadas, em consonância com o grau de diferenciação inter-específica, variabilidade interna e ecologia, reconheceram-se as seguintes categorias de espécies: mono típicas taxonomicamente isoladas; pares ou grupos de espécies proximamente relacionadas; politípicas e complexas. Em termos biogeográficos, distinguiram-se no Brasil cinco "regiões" onde estão concentrados diferentes conjuntos de espécies de Picramnia: Amazônia (8 spp), Centro e Nordeste 96 spp), região litorânea da Paraíba e Alagoas (5 spp), costa da Bahia a São Paulo (7 spp) e Brasil Meridional (4 spp). Uma vez que no Brasil Central apenas duas espécies constituem endemismos regionais, sendo as demais extensões de espécies de áreas adjacentes, sobressaem a Amazônia e a floresta atlântica como os centros de diversidade genética do gênero no Brasil Os padrões de distribuição das espécies, analisados juntamente com suas relações de parentesco, foram confrontados com teorias propostas por outros autores sobre a biogeografia da América do Sul, especialmente a "teoria dos refúgios". Após o estudo morfológico e taxonômico das espécies, foram estabelecidas com bases comparativas infra-e supra-genéricas, uma série de tendências evolutivas no gênero Picramnia. As princpais tendências de evolução floral podem ser assim resumidas: flores 5-meras flores 3-4-meras; pétalas lanceoladas espatuladas; longos estames exsertos inclusos; carpelos 2 3. Na inflorescência foi postulado para Picramnia um padrão primitivamente flexível, ainda presevado em várias espécies atuais, o tirso ramoso terminal diplotirso); a partir desse padrão básico estabeleceram-se tendências à redução da ramificação resultando no tirso simples (monotirso) até racemo, ou ao aumento do grau de ramificação originando ramos de 2ª ordem (pleiotirso), e paralelamente à evolução dos tirsos simples, houve a passagem da posição terminal para subterminal e lateral até exclusivamente lateral (em ramifloria ou caulifloria). Com relação ao hábito e folhas, ressalta-se o distinto caráter adaptativo de uma série de especializações relacionadas com o processo de ocupação de formações savânicas ou rupestres, efetuado por algumas espécies dentro de um gênero essencialmente florestal. São apresentados os dados que se prestam como corroboração das idéias postuladas, e discutidas as possibilidades de ocorrência de paralelismos e reversões, juntamente com as restrições de aplicabilidade das variações descritas na taxonomia infra-genérica.

TÍTULO: Aspectos anatômicos de espécie Bromeliaceae da Serra do Cipó - MG, com especial referência à vascularização floral.

AUTORA: Maria das Graças Medina Arrais

DATA: Novembro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Nanuza Luiza de Menezes (Presidente)

Célia Massa Beltrati

Marilene Marinho Nogueira Braga

Therezinha Sant'Anna Melhem

Berta Lange de Morretes

RESUMO - Foi estudada a vascularização floral de nove espécies de Bromeliaceae, com vistas nas relações filogenéticas entre estas famílias e outras famílias do grupo das Monocotiledôneas. O padrão básico de vascularização floral da família, parece ser constante, com um grupo de seis feixes fundamentais que constituem os complexos sépalo-estamino-carpelar, responsáveis pela vascularização das sépalas, estames sepalares e carpelos e os complexos pétalo-estaminai, responsáveis pela vascularização das pétalas e estames petalares. Os estames das espécies estudadas apresentam desde um feixe por filete, até seis feixes por filete, característica esta, que sugere que o ancestral da família Bromeliaceae poderia apresentar mais de seis estames. Em todas as espécies que possuem mais de um feixe em cada filete, estes se fundem na região do conectivo. As anteras de todas as espécies são latrorsas, exceto Dyckia macedoi que possui anteras semi-introrsas, e Vriesea oligantha com uma tendência à deiscência também semi-introrsa. Nectários nos septos ou com outra posição, estão presentes em todas as espécies. Acredita-se que em Bromeliaceae tenha ocorrido uma passagem de ovário ínfero para súpero, como uma condição mais evoluída, através da esterilização de parte dos carpelos, com base na existência de nectário onde aparentemente não há carpelos. A presença de apêndices petalóides é discutida, comparando-se estas estruturas, com a corona que ocorre em Amaryllidaceae e Velloziaceae. Com base no estudo aqui proposto, e também com base nas referências bibliográficas, foi possível estabelecer que a família Bromeliaceae é mais estreitamente relacionada com a família Velloziaceae, do que com outras Monocotiledôneas. Acredita-se mesmo, que um ancestral de Bromeliaceae, possa ter tido características do gênero Vellozia, atual, da mesma família.

TÍTULOS: Estudos morfoanatômicos em espécies de Xyris (Xyridaceae) dos Campos rupestres do Brasil.

AUTORA: Maria das Graças Sajo

DATA: Novembro, 1989

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Nanuza Luiza de Menezes (Presidente)

Marilene Marinho Nogueira Braga

Célia Massa Beltrati

Eurides Mambreu

Maria Emília Estelita Teixeira

RESUMO - Foram estudadas sob o aspecto anatômico, as folhas de 33 espécies do gênero Xyris L., dentre esses representantes, selecionaram-se três tipos de rizomas caulinares, morfologicamente bastante distintos, cuja organização anatômica foi também analisada. O sistema vascular do caule das espécies estudadas, pode ser subdividido nas seguintes unidades: a) o sistema de feixes axiais anfivasais, que se prolongam em traços foliares e feixes fundamentais de inflorescência, e que ocupam a porção central do caule; b) o sistema vascular da base das raízes, que se originam no limite do cilindro central; e c) o sitema de plexos periféricos, que delimita a região do cilindro vascular e efetua a intercomunicação folha-raiz, integrando os sistemas anteriores. Tanto as raízes adventícias, como os plexos vasculares periféricos originam-se a partir da região do meristema apical, denominada meristema de espessamento primário. As folhas unifaciais variam desde achatadas até cilíndricas e exibem padrões de organização vascular, bastante diversos, além de várias características xeromórficas. Através da análise anatômica da porção basal do limbo, admitem-se tendências de especialização, para os órgãos foliares das espécies estudadas.

TÍTULO: Embriogênese Somática em Euterpe edulis Mart. (Palmae).

AUTOR: Miguel Pedro Guerra

DATA: Fevereiro, 1990

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Walter Handro

Eny Iochevet Segal Floh

Gilberto Barbante Kerbauy

Otto Jesu Grocomo

Rolf Dieter Illg

RESUMO - No presente trabalho estudou-se o comportamento de tecidos de Euterpe edulis cultivados in vitro, procurando-se determinar o caminho morfogenético, os fatores associados com a ativação e modulação de morfogênese e os padrões histológicos relacionados com a seqüência de eventos observados. Embriões zigóticos, inflorescências e folhas jovens foram inoculados em meios básicos constituídos pelas formulações minerais de Murashige e Skoog (1982) e Eeuwens (1976) e complementados com as vitaminas de Morel e Wetmore (1951), com diferentes balanços de fitorreguladores e com fontes nitrogenadas orgânicas. Um resumo dos principais resultados demonstra que a expressão morfogenética ocorreu através de um modelo de embriogênese somática cuja ativação foi dependente do estado fisiológico do explante e do tipo e concentração do fitorregulador empregado no meio primário. Assim, a combinação entre inflorescências jovens e embriões zigó ticos e o 2,4-D em concentrações de 50,0 e 100,0 mg.l-1 de 2iP e 0,1 mg.l-1 de ANA promoveram a progressão da embriogênese somática em um modelo repetitivo, não sincronizado de alta freqüência e longa duração. Nestas condições as culturas mantiveram um alto potencial embriogenético por períodos superiores a um ano. Transferência dos embriões somáticos em estágio bipolar para meios básicos cuja concentração salina e de sacarose foi reduzida pela metade permitiram a renegeração de plântulas completas cujos eventos foram paralelos aqueles observados para o processo germinativo de um embrião zigótico. Culturas embriogenéticas de folhas jovens foram obtidas no sistema ponte de papel filtro em meios isentos de carvão ativo e adicionados de 20,0 mg.l-1 de 2,4-D. Em todos os casos a rota embriogenética foi favorecida naqueles meios contendo a formulação mineral de Eeuwens (1976) e adicionados de glutamina. Embriogênese somática anormal foi observada em culturas mantidas por longos períodos na presença do 2,4-D.

TÍTULO: Ontogenia, Embriologia e Biologia Floral de Relbunium hypocarpium (L.) Hemsl. Rubieae - Rubiaceae.

AUTOR: Jorge Ernesto de Araújo Mariath

DATA: Outubro, 1990

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Walkyria Rossi Monteiro

Nanuza Luiza de Menezes

Marlies Sazima

Marília de Moraes Castro

Alfredo Elio Cocucci

RESUMO - O gênero Relbunium (Endl.) Hool. f., pertencente à tribo Rubieae, da família Rubiaceae, é um gênero neotropical cuja maioria de espécies são encontradas no sul do Brasil, Uruguai e nordeste da Argentina. Estudos genéticos, realizados com R. hypocarpium (L.) Hemsl., evidenciaram ausência de segregação na progénie, de padrões isoenzimáticos. Este resultado motivou a necessidade de evidenciar morfologicamente o modo de reprodução da referida espécie, e definir a ontogenia das estruturas florais, embriologia, desenvolvimento e constituição do fruto e semente, e, vascularização e biologia floral de/?, hypocarpium. As diferentes fases do desenvolvimento floral foram analisadas, utilizando os métodos anatômicos tradicionais e os recursos da microscopia óptica e eletrônica de varredura, bem como fotomacrografias de material vivo, durante a maturação e senescência das estruturas reprodutoras. Na ontogenia floral, foram descritos os processos de formação do ovário ínfero, bicarpelar e a formação dos órgãos reprodutores. No estudo embriológico, foi incluído o desenvolvimento e arquespório; gametófito masculino e feminino; fucundação; embriogênese precoce e tardia; endospermogênese: fruto e semente. A vascularização floral foi analisada como subsídio para a caracterização da parede do fruto. A análise da biologia floral resultou em um quadro que reflete os eventos associados ao processo de reprodução. Apesar da aparente protandria das flores de R. hypocarpium, o desenvolvimento das estruturas reprodutoras masculinas e femininas foi praticamente simultâneo, ocorrendo autogamia.

TÍTULO: Ensaios da maricultura da alga Hypnea musciformis (Rhodophyta - Gigartinales) no litoral do Estado de São Paulo.

AUTOR: Flávio Augusto de Souza Berchez

DATA: Dezembro, 1990

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Eurico Cabral de Oliveira Filho

Yumiko Ugadim

Edison José de Paula

Airton Santo Tararam

Marilza Cordeiro Marino

RESUMO - H. musciformis é a única espécie utilizada atualmente no Brasil como matéria-prima na produção de carragenano. Uma vez que a produção natural é variável tanto temporal como espacialmente, vários experimentos foram feitos para determinar a viabilidade de seu cultivo no mar, tentando enfatizar novas linhas de pesquisa, ainda não abordadas nos experimentos de maricultura anteriormente desenvolvidos na costa brasileira. Diferentes métodos de cultivo, usualmente empregados na maricultura de algas no Oriente foram experimentados, sendo comparados o cultivo em cordas ou redes, presas à flutuadores (profundidade constante) ou estacas de madeira (profundidade variável com a maré), tanto em posição horizontal (profundidade variável com a maré), tanto em superfície. Estas foram também compradas com o cultivo em fios monofilamento de nylon, posicionados na zona de arrebentação de praia arenosa. O nitrogênio é o fator primariamente limitante para H. musciformis na água do local dos cultivos. A espécie é capaz de absorver N tanto sob a forma de nitrato (NaNO3) como amónia ((NH4)25P4), mais o último é mais eficiente na promoção do crescimento e aumenta a pigmentação do talo em concentrações de 100 à 400uM A imersão das plantas em água do mar suplementada por NaNCO3 (1µM) por 14 horas previamente aos cultivos em campo, permitiu um aumento de 0 para 11% dia-1 na taxa de crescimento. A fertilização direta no mar utilizando adubo comercial prensado (N-P-K, 8-12-4) resultou em um aumento de até 135% nas taxas de crescimento. A influência da herbivoria na maricultura dessas espécies foi estudada durante um período de dois anos, pela comparação do peso final obtido em inóculos protegidos e expostos. O cultivo a partir de esporos foi tentado como uma alternativa para a obtenção de inóculos A partir de tetrasporos foram obtidas plantas masculinas, femininas e cistocárpicas, cujos carpósporos deram origem à tetrasporófitos que. ao produzir tetrásporos completaram o histórico de vida da espécie. Após o transporte para o mar, melhores resultados foram obtidos com plântulas de 28 dias. Ficou demonstrado que, com as técnicas atualmente empregadas, a maricultura comercial de H. miisciformis não é viável. Como enfoques futuros, são sugeridos o enriquecimento da água do mar, o desenvolvimento de métodos de plantio mais eficientes, o controle da herbivoria e a seleção de linhagens.

TÍTULO: Morfoanatomia de espécies de Syngonanthus Ruhl. (Eriocaulaceae) dos campos rupestres do Brasil.

AUTORA: Vera Lùcia Scatena

DATA: Dezembro. 1990

LOCAL: Universidade de São Paulo.

NÍVEL: Doutorado em Botânica

BANCA EXAMINADORA:

Nanuza Luiza de Menezes

Maria Emília Estelita Teixeira

Maria das Graças Sajo

Marília de Moraes Castro

Graci Mirian Corso

RESUMO - Foram estudadas, sob o ponto de vista morfo-anatômico, vinte e duas espécies de quatro secções do gênero Syngonanthus Ruhl. (Eriocaulaceae) que ocorrem nos campos rupestres do Brasil. Realizaram-se estudos de desenvolvimento da plântula, da raiz, do caule, do escapo e das folhas. As espécies possuem filotaxia alterna, equitante e espirodística. Algumas apresentam o eixo caulinar desenvolvido, ereto ou prostrado, ao lado de plantas com o eixo caulinar bastante reduzido. A semente possui embrião asteráceo e na germinação, a primeira estrutura a se desenvolver é o eixo embrionário. A partir desse eixo embrionário desenvolve-se as folhas e depois, a raiz primária. As raízes adventícias das espécies estudadas se dividem em dois tipos básicos: aquelas que acumulam ar e aquelas que não acumulam ar no córtex. A endoderme com estrias de Caspary só foi evidenciada em raízes muito jovens Os caules das espécies estudadas apresentam três padrões anatômicos distintos. 1) com endoderme e periciclo evidentes, sem nenhum tipo de espessamento; 2) como periciclo responsável por um espessamento primário; e 3) com um maristema de espessamento secundário. Os traços foliares atravessam o córtex, envolvidos pelo periciclo, que persiste nas folhas como bainha interna do feixe vascular. Os escapos, envoltos na base pelas brácteas, não possuem feixes vasculares corticais, pois todos os feixes fazem parte do cilindro vascular que é delimitado pela endoderme. As folhas revelam características xeromórficas em diferentes graus, sendo mais acentuadas naquelas espécies da secção Thysanocephalus. Chama-se a atenção para a presença de grupo de células espessadas constituindo estruturas de arcabouço, localizadas nã região das câmaras subestomáticas. Foi observado que os caracteres anatômicos não são consistentes para separar as espécies dentro da secção, mas sim para separar uma secção da outra. As espécies dà secção Eulepsis são as que mais se aproximam daquelas da secção Thysanocephalus.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Jun 2011
  • Data do Fascículo
    Jul 1991
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