Um padrão de distribuição disjunta entre as formações extrazonais conhecidas por campos rupestres na cadeia do Espinhaço e as restingas do litoral brasileiro vem sendo repetidamente proposto para algumas espécies de fanerógamas. Para averiguar a validade deste padrão, foram reunidos dados disponíveis em literatura e nos principais herbários. Verificou-se que algumas espécies aparecem adicionalmente nos campos rupestres das Serras de Goiás, campos de altitude da Serra do Mar, em formações rupestres geologicamente homólogas do Escudo das Guianas. Foram excluídas do padrão as espécies cuja ocorrência foi verificada também em vegetação zonal, tal como cerrado, caatinga e matas. O padrão campo rupestre-restinga se mostrou válido para 9 de 56 espécies investigadas (16%). As razões apresentadas por distintos autores para explicar este padrão peculiar de disjunção são comparadas à luz de evidências geológicas e climatológicas.
disjunção; campo rupestre; restinga; fitogeografia; florística