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Marca-passo Transvenoso sem Eletrodos: um Novo Conceito de Estimulação Cardíaca Artificial

Palavras-chave:
Bloqueio Atrioventricular; Estimulação Cardíaca Artificial; Marca-passo Artificial; Cateterismo Venoso Central

Paciente de 67 anos, sexo feminino, portadora de marca-passo desde 1983, devido a bloqueio atrioventricular total. Entre 1991 e 2004 sofreu seis cirurgias. A primeira, para substituição da bateria, e as outras por deslocamento de eletrodos, extrusão de gerador e, finalmente, por endocardite, quando se procedeu à extração cirúrgica do sistema e ao implante de eletrodo epicárdico no ventrículo direito (VD). Na última avaliação, em 2015, apresentava limiar de estimulação ventricular muito elevado e esgotamento da bateria. Devido a problemas técnicos anteriores, foi considerado o implante do marca-passo transvenoso sem eletrodos (Micra- Medtronic). Esse novo sistema de estimulação cardíaca tem como características principais a dimensão reduzida do gerador (volume de 0,8 cm3) e a ausência de eletrodos, tornando possível o implante do sistema diretamente no VD.

O implante foi realizado no Hospital Santa Cruz, Carnaxide, Portugal. Após anestesia local, uma bainha (23F) foi introduzida pela veia femoral direita para levar o sistema até o VD. Uma vez dentro do ventrículo, o cateter de entrega foi dirigido para sua porção septal e apical e a cápsula liberada. A fixação do aparelho nas trabéculas do VD, por meio de suas hastes flexíveis, foi confirmada pelos testes de fixação mecânica. Em seguida, foi realizada a avaliação eletrônica, obtendo-se bons parâmetros. Após assegurarmos que os parâmetros estavam adequados e a cápsula bem fixada, a mesma foi liberada, e o sistema de entrega removido. A paciente não apresentou complicações imediatas, e após 45 dias de seguimento, os parâmetros eletrônicos mantinham-se estáveis.

Figura 1
A) Sistema utilizado para implantar o marca-passo sem eletrodos no ventrículo direito. B) Micra na ponta do cateter. C) Posicionamento do Micra em região ápico-septal: vista oblíqua esquerda. D) Avaliação dos parâmetros intraoperatórios. E) Posição final do marca-passo sem eletrodos. F) Radiografia de tórax no primeiro dia após o implante.

  • Fontes de financiamento
    O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.
  • Vinculação acadêmica
    Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Out 2016

Histórico

  • Recebido
    28 Mar 2016
  • Revisado
    01 Abr 2016
  • Aceito
    15 Abr 2016
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