Resumo
Fundamento
O ecocardiograma intracardíaco (EIC) permite visualizar estruturas cardíacas e reconhecer complicações durante a ablação da fibrilação atrial (AFA). Comparado ao ecocardiograma transesofágico (ETE), o EIC é menos sensível para detecção de trombo no apêndice atrial, porém requer mínima sedação e menos operadores, tornando-o atrativo num cenário de recursos restritos.
Objetivo
Comparar 13 casos de AFA utilizando EIC (grupo AFA-EIC) com 36 casos de AFA utilizando ETE (grupo AFA-ETE).
Método
Trata-se de corte prospectiva realizada em um único centro. O desfecho principal foi o tempo de procedimento. Desfechos secundários tempo de fluoroscopia, dose de radiação (mGy/cm2), complicações maiores e tempo de internação hospitalar em horas. O perfil clínico foi comparado pelo escore CHA2DS2-VASc. Um valor de p <0,05 foi considerado uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos.
Resultados
A mediana do escore de CHA2DS2-VASc score foi 1 (0-3) no grupo AFA-EIC e 1 (0-4) no grupo AFA-ETE. O tempo total de procedimento foi de 129 ± 27 min grupo AFA-EIC e 189 ± 41 no AFA-ETE (p<0,001); o grupo AFA-EIC recebeu uma dose menor de radiação (mGy/cm2, 51296 ± 24790 vs. 75874 ± 24293; p=0,002), no entanto, o tempo de fluoroscopia em minutos mostrou-se semelhante (27,48 ± 9,79 vs. 26,4 ± 9,32; p=0,671). As medianas do tempo de hospitalização não se mostraram diferentes, 48 (36-72) horas (AFA-EIC) e 48 (48-66) horas (AFA-ETE) (p=0,27).
Conclusão
Nesta coorte, AFA-EIC foi relacionado a menores tempos de procedimento e menor exposição à radiação, sem aumentar o risco de complicações ou o tempo de internação hospitalar.
Fibrilação Atrial/complicações; Ablação por Cateter; Ecocardiografia/métodos; Hospitalização; Veias Pulmonares/diagnóstico por imagem