Resumo
Fundamento
A utilização do teste timed up and go (TUG) na avaliação da aptidão cardiorrespiratória em cardiopatas não está bem definida na literatura.
Objetivos
Testar a associação entre o TUG e o consumo de oxigênio de pico (VO2pico), construir uma equação com base no TUG para prever o VO2pico e determinar um ponto de corte para estimar um VO2pico ≥ 20 mL.kg−1.min−1.
Métodos
Estudo transversal com 201 indivíduos portadores de doença arterial coronariana ou insuficiência cardíaca, com idade entre 36 e 92 anos, submetidos ao TUG e ao teste cardiopulmonar de exercício. Foram realizadas análises de correlação, curva ROC, regressão linear múltipla e Bland-Altman. Um p < 0,05 foi adotado como significante.
Resultados
A média de idade da amostra total foi 67 ± 13 anos, e 70% dos participantes eram do sexo masculino. A média de VO2pico foi de 17 ± 6 mL.kg−1.min−1 e a média de desempenho no TUG foi de 7 ± 2,5 segundos. A correlação entre o VO2pico e o TUG foi r = −0,54 (p < 0,001) e R2 de 0,30. Foi desenvolvida a equação com base no ; sendo atribuído o valor 0 ao sexo masculino e 1 ao sexo feminino (R ajustado: 0,41; R2 ajustado: 0,40). O VO2pico estimado pela equação foi 18,81 ± 3,2 mL.kg−1.min−1 e o determinado pelo teste cardiopulmonar de exercício foi 18,18 ± 5,9 mL.kg−1.min−1 (p > 0,05). O melhor ponto de corte para o VO2pico ≥ 20 mL.kg−1.min−1 foi de ≤ 5,47 segundos (área sob a curva: 0,80; intervalo de confiança de 95%: 0,74 a 0,86).
Conclusões
O TUG e o VO2pico apresentaram associação significativa. A equação preditiva do VO2pico foi desenvolvida e validada internamente com bom desempenho. O ponto de corte no TUG para prever um VO2pico ≥ 20 mL.kg−1.min−1 foi ≤ 5,47 segundos.
Consumo de Oxigênio; Doenças Cardiovasculares; Teste de Esforço