Resumo
Fundamento:
Dentre as dislipidemias, a hipercolesterolemia é considerada o principal fator de risco para doenças cardiovasculares em adultos. Na infância e adolescência, a elevação de colesterol total (CT) e colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) associam-se positivamente a marcadores de aterosclerose, entretanto, a triagem sistemática para dislipidemias nestes grupos é um tema controverso.
Objetivos:
Caracterizar as frequências, tipos e gravidade de dislipidemias em crianças e adolescentes atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) mantidas pelo SUS em Campinas/SP.
Métodos: A partir do convênio com a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas foram obtidos resultados consecutivos de perfis lipídicos séricos (n = 312.650) de indivíduos de ambos os sexos (n = 62.530), com idade entre 1 dia e 19 anos, entre 2008 e 2015. Grupos etários e dislipidemias foram classificados conforme recomendações da literatura. O nível de significância estatístico considerado significativo foi de p < 0,05.
Resultados:
As frequências observadas de CT, triglicérides (TG), LDL-C e não HDL-C (NHDL-C) aumentados foram, respectivamente 33%, 40%, 29% e 13% e de redução do colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL-C) 39%, no total, sendo maiores no sexo feminino e nas regiões sudoeste e sul da cidade, mais vulneráveis do ponto de vista socioeconômico; já em infantes a de TG, e nos adolescentes a de HDL-C prevaleceram.
Conclusões:
A alta frequência e a regionalização das dislipidemias em crianças e adolescentes apontam para a necessidade de ações específicas no manuseio e tratamento destas no âmbito do sistema público de saúde em Campinas.
Palavras-chave:
Doenças Cardiovasculares; Dislipidemias; Hipercolesterolemia; Criança; Adulto Jovem; Sistema Único de Saúde; Adolescente; Testes Laboratoriais