Fundamento:
Durante a manobra de Valsalva (MV), os valores de resistência expiratória utilizados por adultos são os mesmos aplicados em pré-adolescentes.
Objetivo:
Analisar as respostas da frequência cardíaca (FC) de pré-adolescentes durante a MV e propor nova metodologia para eleição da resistência expiratória.
Métodos:
Submeteram-se 45 pré-adolescentes com idades entre 9 e 12 anos à avaliação das pressões expiratórias máximas (PEmáx). Valores de 60%, 70% e 80% dessas PEmáx foram selecionados para ser aplicados nas MV, mantidas por 20 s. Batimentos cardíacos foram registrados antes, durante e após a manobra. Trinta dias após, todos os procedimentos foram repetidos, e os dados da primeira (A1) e da segunda (A2) avaliações foram comparados. As análises foram feitas com testes não paramétricos, destacando-se os momentos antes, durante (0-10 s e 10-20 s) e após as manobras.
Resultados:
Os 45 pré-adolescentes conseguiram realizar adequadamente a manobra à resistência de 60% da PEmáx, enquanto apenas 38 (84,4%) e 25 (55,5%) a realizaram com resistências de 70% e 80% da PEmáx, respectivamente. Os deltas de FC 0-10 s e 10-20 s, calculados durante o esforço, foram significativamente maiores quanto maior foi o esforço expiratório, revelando efetiva resposta autonômica cardíaca durante a manobra. Entretanto, o estudo sugere que essas intensidades não devam ser empregadas.
Conclusão:
A FC se elevou em todas as intensidades de esforço testadas durante a MV, porém somente quando foi realizada com resistência expiratória de 60% da PEmáx é que todos os participantes conseguiram realizá-la, sugerindo ser a intensidade ideal para ser empregada na prática clínica.
Criança; Fatores Etários; Frequência Cardíaca; Manobra de Valsalva; Expiração