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7. Massas e tumores intracardíacos

MASSAS E TUMORES INTRACARDÍACOS

7. Massas e tumores intracardíacos

Massas cardíacas identificáveis pela ecocardiografia transtorácica, e se necessário pela ETE, incluem tumores cardíacos primários ou secundários. O eco tridimensional, em alguns casos, pode trazer informações adicionais. Tais achados podem ter implicações terapêuticas envolvendo cirurgia e/ou anticoagulação.

As massas intracardíacas sésseis ou pedunculadas devem ser diferenciadas entre tumores, trombos, vegetações endocárdicas bacterianas, vegetações trombóticas não bacterianas das colagenoses, trombofilias e doenças consumptivas (marânticas), levando-se em consideração o contexto clínico do paciente.

A massa pode ser um achado ocasional em exame de rotina, ou ser suspeitada em vigência de processos embólicos múltiplos, neurológicos ou periféricos, febre prolongada, variações ascultatorias de sopros cardíacos, ou possibilidade de malignidade com acometimento de câmaras cardíacas ou de espaços pericárdicos.

Os tumores primários mais comuns do adulto são de natureza benigna1-3, representados pelo mixoma (75% no AE e 15%-20% no AD) e menos frequentemente pelo fibroelastoma4 - este último correspondendo a cerca de 10% dos tumores primários, ambos com potencial emboligênico, quando pedunculados e móveis. Os tumores primários malignos do coração são mais raros, correspondendo a cerca de 25% de todos os tumores primários do coração, sendo mais frequentes os sarcomas (95%) e os linfomas (5%). Os tumores secundários do coração podem ocorrer por extensão direta (pulmão, mama, esôfago e tumores de mediastino), via hematogênica (melanoma, mama, pulmão, tumores do trato geniturinário e gastrintestinal), via linfática (linfoma e leucemia) ou via venosa (renal, adrenal, hepatoma, tireoide, leiomiossarcoma e pulmão). Os hipernefromas possuem um aspecto típico, alcançando o AD a partir da veia cava inferior. Massas intracardíacas, quando múltiplas e em crianças, são típicas de rabdomiomas. Derrames pericárdicos recorrentes de causa indeterminada devem levantar a suspeita de metástase pericárdica.

  • 1. Reynen K. Frequency of primary tumors of the heart. Am J Cardiol. 1996; 77: 107.
  • 2. Lam KY, Dickens P, Chan AC. Tumors of the heart. A 20-year experience with a review of 12.485 consecutive autopsies. Arch Pathol Lab Med. 1993; 117: 1027-31.
  • 3. Goldman JH, Foster E. Transesophageal (TEE) evaluation of intrcardiac and pericardial masses. Cardiol Clin. 2000; 18: 849-60.
  • 4. Howard RA, Khan AI, Nair CK, et al. Cardiac papillary fibroelastoma: a comprehensive analysis of 725 cases. Am Heart J. 2003; 146: 404-10.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Jul 2010
  • Data do Fascículo
    Dez 2009
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