Resumo
Fundamento
A frequência cardíaca em repouso (FCR) pode ser uma ferramenta útil de triagem para o risco cardiovascular. Porém, os pontos de corte para FCR nunca foram descritos em populações jovens.
Objetivo
Estabelecer os pontos de corte para FCR em adolescentes brasileiros e analisar se há associação entre pontos de corte e fatores de risco cardiovascular.
Métodos
A amostra foi composta por 6.794 adolescentes (de 10 a 19 anos). A pressão arterial e a FCR foram avaliadas por dispositivo oscilométrico. Também foram avaliados o índice de massa corporal e a circunferência da cintura. Foi adotada a curva ROC para analisar a sensibilidade e especificidade, e as associações de FCR elevada com os fatores de risco cardiovascular foram analisadas por regressão logística binária. Foi considerado estatisticamente significante um valor de p < 0,05 para todas as análises.
Resultados
Os valores médios da FCR eram mais altos entre os participantes de 10 a 14 anos do naqueles de 15 a 19 anos, em meninos (p < 0,001) e meninas (< 0,001). Os pontos de corte de FCR propostos para detecção de fatores de risco cardiovascular foram significativos para meninos de 10 a 14 (> 92 bpm) e de 15 a 19 anos (> 82 bpm) e para meninas de 15 a 19 anos (> 82 bpm) (p < 0,05 para todos), enquanto nenhum ponto de corte foi identificado para as meninas de 10 a 14 anos (p > 0,05). Os pontos de corte propostos para a FCR foram associados com obesidade abdominal, sobrepeso e pressão arterial elevada em meninos e meninas. Os pontos de corte da FCR foram associados ao conjunto de fatores de risco cardiovascular em adolescentes de 15 a 19 anos.
Conclusões
Os pontes de corte propostos para a FCR foram associados com os fatores de risco cardiovascular em adolescentes.
Frequência Cardíaca; Adolescente; Epidemiologia; Adiposidade; Pressão Arterial; Fatores de Risco; Obesidade; Estudos Transversais