RESUMO - RACIONAL:
O Tumor estromal gastrointestinal (Gastrointestinal stromal tumor - GIST) é a neoplasia mesenquimal mais comum do trato digestivo, possui comportamento biológico variado e a principal forma de tratamento é a ressecção cirúrgica.
OBJETIVO:
analisar as características clínico-patológicas e a sobrevida de pacientes com GIST em uma instituição de referência para doenças oncológicas.
MÉTODOS:
Foi realizado um estudo observacional, longitudinal e retrospectivo de pacientes com diagnóstico de GIST de janeiro de 2011 a janeiro de 2020, analisando variáveis epidemiológicas e clínicas, estadiamento, ressecção cirúrgica, recidiva, uso de imatinibe e curvas de sobrevida global (SG) e sobrevida livre de doença (SLD).
RESULTADOS:
foram incluídos 38 pacientes, a maioria (58%) do sexo masculino, idade mediana de 62 anos. Os principais órgãos primários foram estômago (63%) e intestino delgado (17%). 24% tinham doença metastática ao diagnóstico. 76% receberam tratamento cirúrgico e 13% tratamento neoadjuvante. 47% dos pacientes receberam Imatinib como terapia adjuvante ou paliativa. A recorrência tumoral foi de 13%, mais comum no fígado. SG de 5 anos foi de 72,5% e SLD 47,1%. Os operados tiveram melhor SG (87,1% vs. 18,5%) e SLD (57,1% vs. 14,3%) em 5 anos. O tamanho do tumor igual ou maior que 5 cm não teve diferença na SG em 5 anos, mas SLD foi de 24,6%, em comparação com 92,3% dos tumores menores. Pacientes em terapia neoadjuvante e/ou em uso de imatinibe não apresentaram diferenças significativas.
CONCLUSÕES:
O tratamento cirúrgico com margens adequadas permite o melhor ganho de sobrevida, e o uso de Imatinibe em casos mais avançados tem equidade prognóstica com tumores em estágio menos avançado. O tratamento de tumores metastáticos parece promissor, necessitando de mais estudos.
DESCRITORES:
Tumores do Estroma Gastrointestinal; Mesilato de Imatinib; Oncologia Cirúrgica; Procedimentos Cirúrgicos do Aparelho Digestivo; Análise de Sobrevida