RESUMO
RACIONAL: As hérnias umbilicais e epigástricas estão entre as hérnias mais comuns da parede abdominal, porém falta padronização em relação ao seu tratamento.
OBJETIVOS: Esclarecer as controvérsias acerca das possibilidades terapêuticas, indicações e técnicas cirúrgicas relacionadas ao tratamento das hérnias umbilicais e epigástricas.
MÉTODOS: Foi realizada revisão sistemática e análise qualitativa dos estudos publicados nos últimos 20 anos, envolvendo indivíduos maiores de 18 anos com hérnias umbilicais e/ou epigástricas, por meio de busca nas bases de dados PubMed/Medline, Cochrane, LILACS e SciELO, sendo selecionados estudos do tipo ensaios clínicos randomizados controlados para análise. Foi determinado o risco de viés de cada estudo individualmente de acordo com a ferramenta Cochrane Risk of Bias Tool.
RESULTADOS: Foram inicialmente selecionados 492 estudos e, posteriormente, escolhidos 15 ensaios clínicos randomizados controlados que preencheram os critérios de inclusão e foram submetidos à leitura integral e análise qualitativa, considerando os possíveis viés.
CONCLUSÕES: Esta revisão concluiu que é evidente a superioridade do uso de telas no tratamento das hérnias epigástricas/umbilicais primárias com defeito superior a 1 cm, mesmo em certas situações de emergência. No entanto, o reparo com sutura pode ser uma opção em pacientes com defeito menor que 1 cm. Na abordagem laparoscópica, evidências recentes apontam para possível superioridade na fixação com selantes de fibrina e o fechamento do defeito fascial é recomendado. Ademais, devido à escassez de ensaios clínicos randomizados controlados com baixo risco de viés, foi identificada a necessidade de desenvolver mais estudos sobre os tipos, técnicas de posicionamento e fixação das telas, assim como sobre qual o real papel da cirurgia videolaparoscópica na correção das hérnias, especialmente as umbilicais.
DESCRITORES: Hérnia Umbilical; Hérnia Ventral; Parede Abdominal; Cirurgia Geral