RESUMO - RACIONAL:
As fístulas biliares geralmente ocorrem como complicações cirúrgicas, especialmente após colecistectomia laparoscópica, transplante hepático ou ressecção hepática parcial.
OBJETIVOS:
Avaliar a eficácia do tratamento endoscópico das fístulas biliares secundária ao transplante hepático em comparação com outras etiologias.
MÉTODOS:
Estudo retrospectivo de 25 pacientes submetidos a Colangiopancreatografia Retrógada Endoscópica por fístula biliar entre 2015 e 2021 no Serviço de Endoscopia do Hospital Universitário Walter Cantídeo. As características clínicas e as taxas de sucesso endoscópico do grupo pós-transplante hepático foram analisadas em comparação com as de outras etiologias.
RESULTADOS:
As principais causas de fístula biliar foram pós-transplante hepático (44%) e complicações da pós-colecistectomia (44%). O grupo pós-transplante hepático apresentou proporção significativamente maior de sexo masculino (pós-transplante hepático=81,8%, outros=28,6%) e idade mais avançada (pós-transplante hepático=54,1 anos, outros=42,0 anos) e maior incidência de estenose biliar (pós-transplante hepático=90,9%, outros=14,3%) do que o grupo com outras etiologias (p<0,05). Os dois grupos receberam tipos de tratamento semelhantes, dentre os quais a esfincterotomia associada à aposição de prótese biliar foi a mais utilizada. As taxas de sucesso terapêutico endoscópico não mostraram diferença significativa entre o grupo pós-transplante hepático (63,6%) e o grupo com outras etiologias (71,4%).
CONCLUSÕES:
O tratamento endoscópico das fístulas biliares secundária ao transplante hepático apresentou taxa de recuperação semelhante à de outras etiologias, apesar da idade avançada dos pacientes e da presença de estenose biliar.
DESCRITORES:
Fístula Biliar; Transplante de Fígado; Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica