RESUMO
RACIONAL:
A incidência do câncer de esôfago é elevada em algumas regiões e o tratamento cirúrgico requer centros de referência com alto volume para viabilizar a cirurgia.
OBJETIVOS:
Avaliar os pacientes submetidos à esofagectomia minimamente invasiva, por toracoscopia na posição prona, para o tratamento do câncer de esôfago e conhecer a experiência adquirida ao longo do tempo em nosso serviço após a introdução desta técnica.
MÉTODOS:
De janeiro de 2012 a agosto de 2021, foram analisados retrospectivamente todos os pacientes submetidos à esofagectomia minimamente invasiva para câncer de esôfago. Para avaliar os fatores associados aos desfechos predefinidos de fístula, pneumonia e óbito intra-hospitalar, realizamos análises de regressão logística univariada e multivariada considerando a idade como fator importante.
RESULTADOS:
Foram estudados 66 pacientes, com idade média de 59,5 anos. O tipo histológico mais frequente foi carcinoma espinocelular (81,8%). A incidência de pneumonia pós-operatória e fístula foi de 38% e 33,3%, respectivamente. Oito pacientes morreram durante este período. A idade do paciente, os estágios T e N, o ano da realização do procedimento e o desenvolvimento de pneumonia pós-operatória foram fatores que influenciaram o óbito. Houve uma redução de 24% na chance de mortalidade, ano a ano, associada à curva de aprendizado do nosso serviço.
CONCLUSÕES:
O presente estudo mostrou a importância da experiência da equipe e da concentração do tratamento de pacientes com câncer de esôfago em centros de referência, possibilitando melhorar significativamente o resultado pós-operatório.
DESCRITORES:
Neoplasias esofágicas; Esofagectomia; Procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos; Morbidade; Mortalidade