RESUMO
Racional:
No Brasil, estima-se crescente aumento da população submetida à colonoscopia, apesar do desconforto do exame, decorrente sobretudo da insuflação colônica.
Objetivo:
Verificar se há vantagens do uso de CO2 sobre o ar como elemento de insuflação.
Métodos:
Um total de 219 participantes foram submetidos à análise de elegibilidade e dele extraíram-se 210 eleitos, que foram randomizados em dois grupos, de acordo com o elemento utilizado: ar, n=104 e CO2, n=97. O ensaio seguiu o modelo duplo-cego.
Resultados:
Os grupos demonstraram-se similares quando cotejados preparo intestinal avaliado pela Escala de Boston, idade, gênero, operação prévia, manobras necessárias para progressão do aparelho, presença de pólipo, tumor ou sinais de diverticulite, valorizando a comparação entre eles quanto ao elemento de insuflação. Então, observou-se que “acordar com dor” e a presença de dor na ocasião da alta foram bem mais prevalentes no “Grupo Ar”, embora sem diferença estatisticamente significante, sendo a distensão pós-exame observada apenas no “Grupo Ar”. De acordo com o questionário clínico aplicado para análise do período tardio pós-exame, as respostas apontaram muito mais conforto com o uso do CO2. Os elementos de insuflação não pareceram modificar substancialmente os aspectos técnicos do exame nem provocar índices expressivos de enantema da mucosa.
Conclusão:
O uso do dióxido de carbono é superior ao ar, pois evita a distensão abdominal pós-exame conferindo maior conforto aos pacientes no período pós-exame.
DESCRITORES
Colonoscopia; Insuflação; Satisfação do paciente; Protocolos clínicos