RESUMO - RACIONAL:
O tratamento endoscópico das varizes esofágicas tem sido utilizado como principal intervenção em pacientes com hipertensão portal secundária à esquistossomose, mas com taxas significativas de recorrência de varizes esofágicas e ressangramento. Os resultados em longo prazo do tratamento endoscópico exclusivo são pouco estudados quanto à relação das dimensões esplênicas neste contexto.
OBJETIVO:
Avaliar, por meio da ultrassonografia, o índice esplênico e a dimensão longitudinal (craniocaudal) do baço como preditores de ressangramento e recorrência de varizes no seguimento tardio de pacientes esquistossomóticos não operados, após erradicação endoscópica das varizes esofágicas.
MÉTODOS:
Estudo observacional retrospectivo por meio da análise de prontuários de pacientes com diagnóstico de esquistossomose hepatoesplênica. A curva ROC foi usada para determinar o melhor ponto de corte para o índice esplênico médio como preditor de recorrência e sangramento.
RESULTADOS:
Foram analisados 54 pacientes, durante o período de 2002 a 2018. O tempo médio de seguimento foi de 8 anos. O índice esplênico provou ser um teste sensível em valores acima de 144 como preditor de ressangramento. Na análise da dimensão longitudinal, o valor acima de 20 cm apresentou teste estatisticamente significativo para recorrência de varizes e valor acima de 19 cm apresentou-se como teste muito sensível e estatisticamente significativo para ressangramento.
CONCLUSÃO:
A análise do índice esplênico e da dimensão craniocaudal, obtidos por ultrassonografia, podem predizer recorrência de varizes e ressangramento após erradicação endoscópica exclusiva.
DESCRITORES:
Esquistossomose; Hipertensão Portal; Varizes Esofágicas e Gástricas; Hiperesplenismo; Endoscopia Gastrointestinal