RESUMO
Racional:
As anomalias anorretais consistem de um grupo complexo de defeitos congênitos. A anorretoplastia laparoscópica permite melhor visualização da fístula retourinária e propicia o posicionamento do reto abaixado dentro do complexo muscular do elevador do ânus com mínima dissecção. Não há consenso na literatura sobre o melhor tratamento dessa fístula.
Objetivo:
Avaliar a anorretoplastia laparoscópica e o selamento bipolar da fístula retourinária.
Método:
Ela foi realizada de acordo com a descrição original de Georgeson1. Utilizou-se o acesso infraumbilical com portal de 10 mm para a ótica de 30º. O pneumoperitônio foi estabelecido com pressão de 8-10 cm de H2O. Dois trocárteres adicionais de 5 mm foram colocados à direita e à esquerda da cicatriz umbilical. A dissecção foi iniciada na reflexão peritoneal usando Ligasure(r). Com a redução do calibre do reto distalmente, foi identificada a fístula para a o trato urinário. O local do novo ânus foi definido por meio da localização do complexo muscular do esfíncter anal externo, utilizando-se estimulador eletro muscular externamente. Por fim, foi confeccionada uma anastomose entre o reto e o novo local do ânus. Uma sonda uretral de Foley foi deixada durante sete dias.
Resultados:
Sete meninos foram operados, seis com fístula retoprostática e um retovesical. O período de seguimento variou de um a quatro anos. Os dois últimos pacientes operados foram submetidos ao selamento bipolar da fístula entre o reto e a uretra, sem suturas ou ligadura cirúrgica com pontos. No seguimento em longo prazo não houve evidências de fístulas urinárias.
Conclusão:
Há benefícios da anorretoplastia laparoscópica para o tratamento de anomalia anorretal. O uso de uma fonte de energia bipolar que promova o selamento da fístula retourinária propiciou redução significativa do tempo cirúrgico e tornou o procedimento mais elegante.
DESCRITORES:
Anomalia anorretal; Videocirurgia; Selamento bipolar