RESUMO - RACIONAL:
A hidatidose é uma doença parasitária rara, endêmica no Brasil, que causa a proliferação de cistos, principalmente no fígado, levando a muitas complicações, como compressão de vasos e ductos biliares, hipertensão portal e cirrose. O tratamento ideal é a ressecção cirúrgica das lesões combinada à terapia com albendazol. Essa doença é uma rara indicação para o transplante hepático, que é um possível tratamento para estágios avançados.
OBJETIVO:
Descrever dois casos de pacientes provenientes da região Norte do Brasil, que foram submetidos a transplante hepático por hidatidose hepática.
MÉTODOS:
Estudo retrospectivo com coleta de dados de prontuários.
RESULTADOS:
Caso 1: Paciente do sexo feminino de 51 anos, apresentava dor em hipocôndrio direito, sintomas dispépticos, síndrome consumptiva e icterícia obstrutiva, com diagnóstico inicial de doença de Caroli sem possibilidade de ressecção cirúrgica e com MELD 24. Foi submetida a transplante hepático, e o resultado anatomopatológico do explante evidenciou hidatidose. Caso 2: Paciente do sexo feminino de 52 anos, apresentava há cerca de 30 anos, múltiplos episódios de colangite, com realização de três ressecções hepáticas e tratamento clínico com albendazol para hidatidose. Foi submetida a transplante hepático por equinococose alveolar difusa, com situação especial por colangite de repetição, com MELD 20. Ambas fizeram tratamento clínico pós transplante com albendazol, apresentaram boas evoluções e permanecem em acompanhamento sem complicações após 5 e 96 meses, respectivamente.
CONCLUSÃO:
As pacientes se beneficiaram do procedimento e têm bom prognóstico, devido à ausência de metástases, reintrodução precoce das drogas antiparasitárias e acompanhamento contínuo.
DESCRITORES:
Equinococose Hepática; Transplante de Fígado; Hepatopatias parasitárias