RESUMO
Racional:
Pancreatoduodenectomia consiste no procedimento cirúrgico usual para tratamento curativo de neoplasias periampulares e apresenta mortalidade significativa. Variações arteriais do tronco celíaco não são incomuns e podem favorecer lesões iatrogênicas ou exigirem realização de ressecção/reconstrução arterial durante pancreatoduodenectomia.
Objetivo:
Determinar a prevalência de variações arteriais que apresentam implicações durante pancreatoduodenectomia.
Métodos:
A anatomia do tronco celíaco e sistema arterial hepático foi investigada retrospectivamente em 200 exames tomográficos contrastados do abdome.
Resultados:
Anatomia normal do sistema arterial hepático foi observada em 87% dos casos. Presença de uma artéria hepática direita anômala foi identificada em 13%. Em 12 casos houve uma artéria hepática direita substituta originária da artéria mesentérica superior, em dois uma artéria hepática direita acessória com origem similar. Tronco hepaticomesentérico foi identificado em sete casos e em cinco houve uma artéria hepática direita originária diretamente do tronco celíaco. Em todos casos de artéria hepática direita anômala seu curso foi por trás da cabeça do pâncreas e com trajeto passando posteriormente ao tronco da veia porta e após percorrendo sua face lateral direita antes de alcançar o fígado.
Conclusões:
Variações arteriais hepáticas, como artéria hepática direita anômala com trajeto posterior à veia porta, são frequentes (13%). Nestes pacientes, quando submetidos à pancreatoduodenectomia, pode ser necessária alteração na abordagem cirúrgica para ressecção adequada. Exames de imagem pré-operatórios podem claramente identificar estas variações e auxiliar na realização de dissecção segura da cabeça do pâncreas com adequado planejamento cirúrgico.
DESCRITORES:
Pancreaticoduodenectomia; Artéria hepática; Neoplasias pancreáticas