RESUMO
Racional:
O valor da amilase do dreno no primeiro dia pós-operatório após ressecções pancreáticas é descrito como eficiente preditor de fístula pancreática. Entretanto, o valor abaixo do qual os drenos podem ser removidos precocemente permanece controverso.
Objetivo:
Validar o uso da amilase do primeiro dia pós-operatório na correlação com a fístula pancreática e definir o valor em que seja segura a retirada precoce do dreno.
Método:
Foram incluídos pacientes submetidos à operação de Whipple no período de 2007 a 2016. No grupo 1 entraram os que não desenvolveram fístula e os que desenvolveram fístula bioquímica por menos de sete dias de pós-operatório e no grupo 2 os que desenvolveram fístula bioquímica persistente entre 7 e 21 dias e aqueles com fístula grau B e C.
Resultados:
Sessenta e um pacientes foram incluídos, sendo 41 do grupo 1 e 20 do grupo 2. A incidência de coleções abdominais, necessidade de reoperação e tempo de internação foram para o grupo 1 e 2, respectivamente 17,1%, 17,1% e 9,5 dias, e 65%, 40% e 21,1 dias. A mediana da amilase no grupo 1 e 2, respectivamente foi de 175 U/l e 3172,5 U/l (p=0,001). Utilizando o ponto de corte de 180 para predizer o grupo a que o paciente pertenceria, obteve-se sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo de: 100%, 48,8%, 50% e 100% respectivamente.
Conclusão:
Esta amostra pôde validar o ponto de corte de 180 U/l como adequado para a retirada precoce do dreno.
DESCRITORES:
Amilase; Complicações pós-operatórias; Fístula pancreática; Pancreatoduodenectomia