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A RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA NEOADJUVANTES PARA PACIENTES COM CÂNCER DE ESÔFAGO E JUNÇÃO GASTRO-ESOFÁGICA AFETAM OS RESULTADOS PÓS-OPERATÓRIOS? UM ESTUDO USANDO O SISTEMA DE REGRESSÃO TUMORAL DE BECKER E REGRESSÃO DE LINFONODOS

RESUMO

RACIONAL:

O efeito da quimioradioterapia neoadjuvante em pacientes com câncer de esôfago localmente avançado pode ser determinado pela avaliação do grau de regressão tumoral de Becker no tumor primário, bem como nos linfonodos.

OBJETIVOS:

Investigar as alterações anatomopatológicas causadas pela quimioradioterapia neoadjuvante e seu impacto nos parâmetros clínicos. Especificamente, analisamos o grau de regressão tumoral de Becker, o status linfonodal e as alterações de regressão e avaliamos sua associação com a Classificação Clavien-Dindo de complicações cirúrgicas e a sobrevida geral dos pacientes.

MÉTODOS:

Estudo retrospectivo e observacional incluindo 139 pacientes diagnosticados com carcinoma espinocelular de esôfago ou adenocarcinoma da junção esofagogástrica, tratados com quimioradioterapia neoadjuvante seguido de cirurgia ou cirurgia isolada. Para os 94 pacientes submetidos a quimioradioterapia neoadjuvante, avaliamos a grau de regressão tumoral de Becker em tumores primários. Também analisamos o status linfonodal e as alterações de regressão em linfonodos com ou sem metástases. A análise de sobrevida global foi realizada usando curvas de Kaplan-Meier.

RESULTADOS:

O grau de regressão tumoral de Becker está associado a menor permeação linfática (p<0,01) e invasão vascular (p<0,001), mas não à taxa de regressão linfonodal (p=0,10). A classificação de Clavien-Dindo não foi associada à taxa de regressão linfonodal (OR=0,784; p=0,795) nem ao grau de grau de regressão tumoral (p=0,68). Os pacientes que apresentavam permeação linfática e invasão vascular tiveram sobrevida mediana menor estatisticamente significativa (17 vs 30 meses; p=0,006 para a permeação linfátiva e 14 vs 29 meses; p=0,024, para a invasão vascular, respectivamente).

CONCLUSÕES:

Em nossa série não conseguimos demonstrar associação entre grau de regressão tumoral de Becker e taxa de regressão linfonodal com quaisquer complicações pós-operatórias. Pacientes com menor permeação linfática e invasão vascular apresentam maior sobrevida global, correlacionando-se com uma melhor resposta no sistema Becker.

DESCRITORES:
Neoplasias esofágicas; Tratamento farmacológico; Radioterapia; Complicações pós-operatórias; sobrevida

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