RESUMO
Racional: O tratamento do neuroblastoma é dependente de estadiamento primoroso, realizado no pós-cirúrgico e dependente da expertise do cirurgião. O uso de fatores de risco através da imagem ao diagnóstico surge como preditivo de ressecabilidade, complicações e homogeneidade no estadiamento.
Objetivos: Avaliar o critério de ressecabilidade tradicional com os fatores de risco para ressecabilidade, através das imagens radiológicas, em dois momentos no diagnóstico e no pré-cirúrgico analisando a ressecabilidade, complicações cirúrgicas e índice de recidiva.
Métodos: Estudo retrospectivo em 27 crianças com neuroblastoma estádios 3 e 4 em abdome e pelve, e com tomografia e/ou ressonância no diagnóstico e pré-cirúrgico, identificando-se a presença de fatores de risco.
Resultados: A idade média das crianças foi de 2,5 anos ao diagnóstico, onde 55,6% estavam acima dos 18 meses, 51,9% eram meninas e 66,7% tinham estádio 4. Houve concordância da ressecabilidade do tumor pelos dois métodos avaliados (INSS e IDRFs) e em ambos os momentos da avaliação, ao diagnóstico (p=0,007) e pós-quimioterapia (p=0,019). Desta forma todos pacientes ressecáveis por IDRFs no pós-quimioterapia tiveram ressecção completa; já nos irressecáveis, 87,5% tiveram ressecção incompleta. Houve remissão em 77,8%, 18,5% recaíram e 33,3% morreram.
Conclusões: Aressecabilidade foi semelhante em ambos os métodos tanto no diagnóstico como no pré-cirúrgico. A quimioterapia pré-operatória aumentou a ressecabilidade e diminuição do número de fatores de risco, onde a presença de ao menos um IDRF associou-se às ressecções incompletas e complicações cirúrgicas. As recidivas foram irrelevantes.
DESCRITORES : Neuroblastoma; Estadiamento de neoplasias; Fatores de risco