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Pitiríase versicolor circinada: isolamento de Malassezia sympodialis - Relato de caso

Resumos

Os autores descrevem caso de pitiríase versicolor circinada, cujo agente etiológico isolado foi Malassezia sympodialis em uma mulher de 34 anos. O isolamento e identificação da Malassezia sympodialis foi em ágar Dixon modificado e o método molecular para confirmação da espécie foi PCR-RFLP (polymerase chain reaction and restriction fragment length polymorphism analysis).

Evolução Clínica; Malassezia; Pitiríase


The authors report a case of pityriasis versicolor circinata whose isolated etiologic agent was Malassezia sympodialis in a 34-year-old woman. The isolation and identification of Malassezia sympodialis were accomplished with modified Dixon's agar, and the molecular method used to confirm the species was polymerase chain reaction and restriction fragment length polymorphism analysis (PCR-RFLP).

Clinical Evolution; Malassezia; Pityriasis


CASO CLÍNICO

Pitiríase versicolor circinada: isolamento de Malassezia sympodialis - Relato de caso

Valéria Maria de Souza FramilI; Márcia S.C. MelhemII; Maria Walderez SzeszsIII; Elaine Cristina CornetaIV; Clarisse ZaitzV

IProfessora Assistente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Médica Segundo Assistente da Clínica de Dermatologia da Santa Casa de São Paulo - São Paulo (SP), Brasil

IIPesquisadora científica nível IV do Instituto Adolfo Lutz - São Paulo (SP), Brasil

IIIPesquisadora científica do Instituto Adolfo Lutz - São Paulo (SP), Brasil

IVMestranda em Microbiologia Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) com bolsa de estudo da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - São Paulo (SP), Brasil

VProfessora adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo - São Paulo (SP), Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Valéria Maria de Souza Framil Rua Sete de Abril, 296. 1º andar / CJ: 11 01044000 República - São Paulo / SP Tel./fax:11 9966 1960 11 3257 8978 E-mail: souza.valeria@terra.com.br

RESUMO

Os autores descrevem caso de pitiríase versicolor circinada, cujo agente etiológico isolado foi Malassezia sympodialis em uma mulher de 34 anos. O isolamento e identificação da Malassezia sympodialis foi em ágar Dixon modificado e o método molecular para confirmação da espécie foi PCR-RFLP (polymerase chain reaction and restriction fragment length polymorphism analysis).

Palavras-chave: Evolução clínica; Malassezia; Pitiríase

INTRODUÇÃO

A pitiríase versicolor é uma doença de distribuição universal e a Malassezia furfur, até bem pouco tempo, era considerada o único agente etiológico da pitiríase versicolor. A partir da década de 90, várias espécies de Malassezia vêm sendo descritas. O gênero Malassezia é membro da microbiota normal da pele, principalmente do folículo piloso. Necessita de fatores predisponentes para multiplicação e, a seguir,transformação na sua forma parasitária pseudofilamentosa.

O estudo epidemiológico, envolvendo a frequência e distribuição para cada espécie, não é suficiente para o esclarecimento da patogenicidade da levedura, na pitiríase versicolor.1

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, de 34 anos de idade, branca, referindo manchas pruriginosas na pele, há 5 anos. Ao exame dermatológico, evidenciava lesões foliculares hipocrômicas que evoluíram para lesões eritemato descamativas de aspecto circinado, pruriginosas, acometendo tronco e membros superiores. As lesões apresentavam sinal de Zireli positivo (Figura 1). O exame microscópico direto (KOH_20%) revelou presença de células leveduriformes, em cacho de uva e pseudohifas. O cultivo do material clínico foi realizado em meio de Dixon modificado. O isolamento da Malassezia foi obtido, após 15 dias (Figura 2), e a identificação da espécie foi realizado pelo método de biologia molecular PCR-RFLP (polymerase chain reaction and restriction fragment length polymorphism analysis)2 (Figura 3). Instituiu-se o tratamento com cetoconazol /200mg / dia por 30 dias com regressão total das lesões.




DISCUSSÃO

As manifestações clínicas da pitiríase versicolor caracterizam-se por lesões maculares múltiplas, inicialmente perifoliculares, com descamação fina. O estiramento da pele afetada pode facilitar a visualização da descamação. Essa manobra é conhecida por sinal de Zireli. A pitiríase versicolor tem variantes clínicas de coloração variável, do branco ao acastanhado, podendo, mais raramente, tornar-se eritematosa, o que justifica a denominação pitiríase versicolor.3

Dentre as variantes clínicas de pitiríase versicolor, a maioria encontrada na literatura é o quadro clínico clássico, em forma de máculas hipocrômicas. Há relatos de formas clínicas menos frequentes, como máculas hipercrômicas, associação de máculas hipocrômicas e hipercrômicas.4-6

Lesões foliculares de pitiríase versicolor são citadas na literatura por alguns autores.5-7 Uma variante clínica, com intensa despigmentação cutânea, pode ocorrer em indivíduos melanodérmicos, denominada acromia parasitária, também é descrita pitiríase versicolor atrófica, forma rara em que as lesões são deprimidas pelo uso prolongado de corticosteroides tópicos.8,9

Há casos de pitiríase versicolor citados na literatura, na região inguinocrural, simulando eritrasma10 e um caso de pitiríase versicolor, mimetizando pitiríase rubra pilar.11

Este caso vem demonstrar uma variante clínica de pitiriase versicolor, com lesões foliculares hipocrômicas, que evoluíram para lesões eritemato descamativas de aspecto circinado, pruriginosas e de evolução crônica . O agente etiológico isolado, a Malassezia sympodialis, necessita de um meio de cultura e temperatura adequados para o seu crescimento e identificação. Após o diagnóstico clínico e laboratorial de pitiríase versicolor, instalou- se o tratamento adequado com excelente resposta terapêutica. O diagnóstico diferencial, realizado com pitiriase versicolor circinada, inclui tinha do corpo, pitiriase rósea, eritema anular centrifugo e até mesmo sífilis secundária.

Recebido em 28.10.2008.

Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 27.11.09.

Conflito de interesse: Nenhum

Suporte financeiro: Nenhum

* Trabalho realizado na Clínica de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e no Laboratório de Micologia do Instituto Adolfo Lutz - São Paulo (SP), Brasil.

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  • Endereço para correspondência:
    Valéria Maria de Souza Framil
    Rua Sete de Abril, 296. 1º andar / CJ: 11
    01044000 República - São Paulo / SP
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      23 Jun 2010
    • Data do Fascículo
      Abr 2010

    Histórico

    • Recebido
      28 Out 2008
    • Aceito
      27 Nov 2009
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