FUNDAMENTOS:
Em países altamente endêmicos a transmissão e infecção sub-clínica da hanseníase provavelmente ocorrem e a doença se manifesta em indivíduos sem qualquer contato próximo conhecido com paciente com hanseníase. Os trabalhadores de saúde são contatos sociais que pertencem à mesma rede (Sistema de Saúde) e alguns deles compartilham o mesmo ambiente social (auxiliares de enfermagem) com pacientes conhecidos e/ou portadores.
OBJETIVO:
Conhecer a soropositividade ao ML Flow entre os profissionais de saúde.
MÉTODOS:
Foi realizado um estudo transversal através de inquérito sorológico com o teste ML Flow em 450 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem) visando conhecer a soropositividade em áreas de alta e baixa endemicidade em municípios de três estados brasileiros (RS, MS e RJ).
RESULTADOS:
Os resultados mostraram 16% de soropositividade em geral, mais elevada na área de baixa endemicidade, independente da assistência direta a pacientes com hanseníase. Paradoxalmente foi observada associação estatística entre a área estudada e soropositividade, apontando o lugar de mais baixa endemicidade (CA) com o maior valor (p=0,033).
CONCLUSÃO:
os autores sugerem a presença de ligação inespecífica a soroalbumina bovina (BSA), carreadora do antígeno PGL-1 no teste ML Flow para explicar os resultados inesperados e recomendam testagem ampliada utilizando testes com albumina humana e bovina.
Educação profissional em saúde pública; Hanseníase; Pessoal de saúde; Sistemas de saúde; Sistema Único de Saúde; Testes sorológicos