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Acalasia e doença tireoidiana: uma conexão autoimune possível?

Muitos casos têm sido publicados mostrando uma coexistência entre as doenças autoimunes da tireoide (DAIT) e outras doenças autoimunes. Cerca de um quarto dos pacientes com acalasia têm doenças da tireoide concomitantemente, sendo a mais comum a associação com hipotireoidismo. Apesar de ser relativamente rara, a associação da acalasia e hipertireoidismo requer atenção. A fisiopatologia da doença de Graves (DG) envolve os linfócitos B e T-mediados, os quais têm afinidade pelos antígenos da tireoide: tireoglobulina, tireoperoxidase e receptor de tireotrofina. Atualmente, a real fisiopatogenia da acalasia continua desconhecida. No entanto, alguns importantes achados em análise são sugestivos de mecanismo autoimune: infiltração significativa do plexo mioentérico pelos monócitos, presença do antígeno-DQwl do Complexo Humano de Histocompatibilidade classe II e presença de anticorpos contra neurônios mioentéricos. Este presente caso aborda um paciente que, apesar de testes negativos para doença de Chagas, tem acalasia que progrediu para o desenvolvimento de significativa perda ponderal e piora da sua qualidade de vida, posteriormente, diagnosticado com hipertireoidismo. Após dilatação endoscópica esofágica e ablação da glândula tireoide com radioiodo, houve grande melhora na condição clínica do paciente. Arq Bras Endocrinol Metab. 2012;56(9):677-82


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