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Prognóstico clínico no CPT com mutações BRAF

Mutações no BRAF surgiram recentemente como potenciais marcadores prognósticos do carcinoma papílifero de tiróide (CPT) graças a vários estudos que sugerem que ele possa condicionar o desenvolvimento de tumores com comportamento agressivo. Um estudo do fenótipo das células de linhagem folicular de tiróide em camundongos transgênicos caracterizados pela expressão direcionada de mutações BRAF, indicam, à semelhança dos rearranjos RET/PTC, que ele induz ou facilita a instabilidade genômica, a alta invasividade e, por fim, uma profunda desdiferenciação tumoral com supressão mais significativa da apoptose. Uma análise da expressão gênica diferencial do CPT associado com mutações BRAF versus o CPT caracterizado por outras alterações gênicas mostra uma redução importante da expressão dos genes relacionados com a maquinaria do metabolismo do iodo intratiroideano, aumento da regulação do mRNA do Glut-1, silenciamento gênico induzido por metilação dos genes supressores tumorais e aumento da regulação das proteínas pró-angiogênicas, como a VEGF. A correlação da mutação BRAF com os achados clínico-patológicos do CPT mostra resultados controversos, com vários estudos indicando associação com parâmetros clínico-patológicos desfavoráveis e outros não confirmando esses achados. Esta revisão sumariza os estudos a favor ou não do papel da mutação BRAF como um marcador prognóstico no CPT. Indicaremos, também, quais informações são ainda necessárias para a introdução rotineira deste indicador na prática clínica.

Mutação BRAF; Carcinoma papilífero de tireóide; Estratificação prognóstica; Marcador prognóstico; Metabolismo de iodo; Terapia ablativa com 131I


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