A síndrome metabólica (SM) é uma condição de risco para o desenvolvimento de doença aterosclerótica sistêmica. A obesidade mórbida é um estado de resistência à insulina associado a excesso de gordura visceral, condições que contribuem para o desenvolvimento da SM. Na obesidade grave, os tratamentos conservadores promovem melhora da SM, mas a recuperação do peso é freqüente, enquanto a cirurgia bariátrica promove perda mais significativa e sustentada de peso. Esta é recomendada a pacientes com resposta insatisfatória ao tratamento clínico e com IMC > 40 kg/m², ou > 35 nos casos de co-morbidades passíveis de reversão com o emagrecimento. Recomenda-se que risco cirúrgico seja aceitável e que os pacientes submetidos à cirurgia tenham conhecimento das complicações e saibam dos cuidados pós-operatórios. Prevenção, melhora e reversão do diabetes (DM2) (entre 70 e 90% dos casos) são observados nas diversas modalidades cirúrgicas bariátricas. Os procedimentos disabsortivos são mais eficazes que os restritivos na redução do peso e na melhora da sensibilidade à insulina, mas as complicações crônicas, em especial a desnutrição, são também mais freqüentes. A gastroplastia vertical com derivação jejuno-ileal é conhecida como mista com predominância do componente restritivo sobre o disabsortivo. Nesta modalidade, reversão do DM2 deve-se a um aumento da sensibilidade à insulina associado a uma melhora da função de célula beta. A reversão da SM e de suas manifestações pós-cirurgia bariátrica associa-se à redução da mortalidade cardiovascular e, assim, nos casos graves de obesidade, a SM pode ser considerada uma condição cirúrgica.
Obesidade; Síndrome metabólica; Diabetes mellitus; Mortalidade cardiovascular; Cirurgia bariátrica; Risco cirúrgico