A adiponectina é uma adipocitocina com ação insulino-sensibilizadora com múltiplos efeitos benéficos sobre as complicações clínicas da obesidade. Essa adipocitocina é secretada pelos adipócitos na circulação sistêmica em três isoformas oligoméricas, incluindo as formas em trímeros, hexâmeros e complexas de alto peso molecular (HMW). Cada forma oligomérica da adiponectina apresenta propriedades biológicas distintas e ativam diferentes vias de sinalização celular em diversos tecidos. Suas atividades hepatoprotetoras têm sido descritas em vários estudos clínicos e experimentais. Em humanos, os níveis reduzidos da adiponectina sérica, características da obesidade, representam um fator de risco independente para a doença hepática gordurosa não-alcoólica (NAFLD), incluindo variados graus de disfunções hepáticas. Em animais, a elevação dos níveis circulantes de adiponectina, por manipulações genéticas ou farmacológicas, conduz a uma atenuação da hepatomegalia, da esteatose e da necroinflamação usualmente associadas a várias doenças hepáticas. No animal sem o gene da adiponectina (knockout), existe uma condição preexistente de esteatose e disfunção mitocondrial que contribui para a vulnerabilidade desses animais aos processos de lesões teciduais hepáticos induzidos pela obesidade e outras condições. Esta revisão sumariza os recentes avanços na compreensão e caracterização dos mecanismos celulares, moleculares e estruturais das ações hepatoprotetoras da adiponectina.
Adiponectina; NASH; esteatose hepática; resistência à insulina