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O papel da testosterona no diabetes melito tipo 2 e síndrome metabólica em homens

Ao longo das últimas três décadas, tornou-se evidente que a testosterona desempenha um papel significativo na homeostase da glicose no metabolismo lipídico. A síndrome metabólica é um agrupamento de fatores de risco que predispõem ao diabetes melito tipo 2, aterosclerose e morbidade e mortalidade cardiovasculares. Os principais componentes da síndrome são: obesidade visceral, resistência insulínica, intolerância à glicose, hipertensão arterial e dislipidemia (triglicerídeos elevados, baixos níveis de HDL-colesterol), além de um estado pró-inflamatório e trombogênico. Estudos epidemiológicos transversais relataram uma correlação direta entre testosterona plasmática e sensibilidade à insulina, e níveis baixos de testosterona se associam com risco aumentado de diabetes tipo 2, ilustrado dramaticamente pela privação androgênica em homens com carcinoma de próstata. Baixos níveis de testosterona total e globulina transportadora de hormônios sexuais (SHBG) predizem maior incidência de síndrome metabólica. Existem agora evidências de que a hipotestosteronemia deveria ser um elemento na definição da síndrome metabólica, uma vez que baixos níveis de testosterona estão associados ou predizem o desenvolvimento de síndrome metabólica e de diabetes melito. A administração de testosterona a homens hipogonádicos reverte parte do perfil desfavorável de risco para o desenvolvimento de diabetes e aterosclerose. Até agora, os estudos relacionados aos efeitos da normalização da testosterona em homens hipogonádicos sobre a homeostase da glicose são limitados, mas convincentes e, se o diabetes melito for visto no contexto da síndrome metabólica, os resultados atuais do tratamento com testosterona são muito encorajadores.

Testosterona; síndrome metabólica; fatores de risco cardiovascular; sensibilidade insulínica; diabetes melito


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