A acromegalia acarreta uma série de distúrbios ao sistema cardiovascular, decorrentes da exposição crônica a níveis elevados de GH e IGF-1. Estes distúrbios são os principais responsáveis pelo aumento da mortalidade de acromegálicos. Entre as várias formas de acometimento cardiovascular, destaca-se a miocardiopatia acromegálica, entidade caracterizada, inicialmente, pelo estado hiperdinâmico, seguido de hipertrofia ventricular esquerda concêntrica e disfunção diastólica por déficit de relaxamento, culminando com disfunção sistólica e, por vezes, insuficiência cardíaca franca. Além disso, são também relevantes as arritmias, as valvulopatias, sobretudo mitral e aórtica, a cardiopatia isquêmica, a hipertensão e os distúrbios dos metabolismos glicêmico e lipídico. Nesta revisão são abordados os principais aspectos clínicos e prognósticos destas entidades, os efeitos do tratamento da acromegalia sobre elas e as repercussões correspondentes sobre a sobrevida dos pacientes.
Acromegalia; Miocardiopatia acromegálica; Hipertensão secundária; Risco cardiovascular