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Desafios e armadilhas no diagnóstico da hiperprolactinemia

A definição da etiologia da hiperprolactinemia muitas vezes representa um grande desafio e um diagnóstico preciso é fundamental antes do tratamento. Embora níveis de prolactina > 200-250 ng/mL sejam altamente sugestivos de prolactinomas, ocasionalmente podem ser encontrados em outras condições. Além disso, até 25% dos pacientes com microprolactinomas podem apresentar-se com níveis de prolactina < 100 ng/mL, os quais são evidenciados na maioria dos pacientes com pseudoprolactinomas, hiperprolactinemia induzida por drogas ou doenças sistêmicas. Por outro lado, deve-se atentar às condições que podem levar a valores de prolactina falsamente baixos, particularmente o chamado efeito gancho. Este último é um artefato causado por um nível extremamente elevado de PRL e que pode ser confirmado pela repetição do exame após diluição do soro a 1:100. O efeito gancho deve ser considerado em todo paciente com grandes adenomas hipofisários e níveis de prolactina dentro da faixa normal ou apenas moderadamente elevados (p. ex., < 200 ng/mL). Um efeito gancho não detectado pode levar a diagnóstico incorreto e intervenção cirúrgica desnecessária em pacientes com prolactinomas. Outro desafio importante é a macroprolactinemia, um achado comum que precisa ser identificado visto que geralmente não requer tratamento. Ainda que a maioria dos pacientes seja assintomática devido à concomitância de outras doenças, muitos podem apresentar galactorreia ou distúrbios menstruais, bem como anormalidades neurorradiológicas. Finalmente, os médicos devem estar cientes de que incidentalomas hipofisários são encontrados em pelo menos 10% da população adulta. Arq Bras Endocrinol Metab. 2014;58(1):9-22

Hiperprolactinemia; armadilhas diagnósticas; efeito gancho; macroprolactinemia; incidentalomas hipofisários


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