A dexametasona é utilizada em casos de gestação com risco de prematuridade; porém, doses suprafisiológicas podem afetar a embriogênese. A melatonina tem demonstrado prevenir efeitos deletérios dos glicocorticoides. Assim, avaliamos a influência da melatonina sobre efeitos da dexametasona em ratas prenhes através dos seguintes parâmetros: 1. Hemograma e perfil glicídico; 2. Níveis de progesterona; e 3. Histomorfometria e histoquímica. Foram utilizadas 20 ratas divididas nos grupos: I - ratas prenhes que receberam placebo (Controle); II - ratas prenhes tratadas com dexametasona (0,8mg/kg); III - ratas prenhes tratadas com melatonina (0,5mg/kg); IV - ratas prenhes tratadas com dexametasona e melatonina. Todos os tratamentos foram iniciados 10 dias após confirmação do acasalamento até o final da prenhez. O sangue foi coletado no 7º, 14º e 21º dia de prenhez. As dosagens de carboidratos e progesterona foram realizadas pelo método antrona e ELISA, respectivamente. O fígado, rins e adrenais foram analisados histoquímica e morfometricamente. No 7º dia de prenhez, não houve alteração significativa nos parâmetros analisados. Porém, no 14º dia de prenhez, houve aumento significativo do volume de hematócrito, redução do número total de hemácias e leucócitos, neutrofilia, linfopenia, eosinopenia e redução do diâmetro das hemácias nas matrizes tratadas com dexametasona. Esses efeitos permaneceram no 21º dia de prenhez, exceto para o hematócrito, o qual reduziu. Verificou-se ainda redução significativa dos níveis de glicose (21º dia de prenhez) e progesterona (14º e 21º dia de prenhez). Não houve alteração nos parâmetros morfométricos e histoquímico no fígado, rins e adrenais. A dexametasona na dosagem de 0,8mg/kg, administrada a partir do terço médio da prenhez, produz alterações hematológicas, bioquímicas e hormonais em ratas, sendo prevenidas pela melatonina; porém não afeta o fígado, rins e adrenais quanto aos parâmetros morfométricos e histoquímicos.
ratas; melatonina; glicocorticoide; hemograma; gestação