Avaliou-se a eficiência reprodutiva de cruzamentos interespécies entre fêmeas equinas e reprodutores asininos da raça Pêga. Para tal, estudou-se o efeito de dois diluidores, à base de leite em pó desnatado-glicose ou glicina-gema de ovo, sobre a fertilidade de éguas inseminadas com sêmen fresco diluído (T1 e T2) ou diluído e resfriado a 5°C por 12 horas (T3 e T4). Foram utilizados 272 ciclos de 208 éguas mestiças, distribuídas uniformemente entre os tratamentos, após agrupamento por idade e categoria reprodutiva. Os ciclos foram acompanhados por palpação retal e rufiação, sendo as inseminações realizadas às terças, quintas e aos sábados (três vezes por semana), a partir da detecção de um folículo de 3,0 a 3,5cm de diâmetro, em um dos ovários, até a ovulação. As gestações foram acompanhadas por palpação transretal, rufiação e por ultrassonografia, realizada a cada 14 dias. As taxas de gestação obtidas, ao primeiro ciclo, não diferiram (P>0,05) entre os tratamentos, sendo de 64,52% para T1, 61,11% para T2, 50,72% para T3 e 54,17% para T4. Da mesma maneira, as taxas de gestação por ciclo também não foram influenciadas (P>0,05) pelos tratamentos, com valores de 63,64%, 54,55%, 52,69% e 47,06% para T1, T2, T3, e T4, respectivamente. No que diz respeito às taxas de perdas gestacionais, obtidas por meio das taxas de perdas e de perdas ajustadas, houve influência (P<0,05) dos tratamentos. Observou-se, ainda, efeito do mês da concepção, com taxas de perda superiores para os meses de janeiro (38,46%) e de fevereiro e março (52,38%), sendo a média de 33,09%. Sugere-se que a redução dos padrões de secreção do LH, ao final da estação de monta, responda pelas maiores taxas de perdas gestacionais do cruzamento interespécie, notadamente naquelas éguas que conceberam no final da estação de monta fisiológica dos equinos.
eficiência reprodutiva; perdas gestacionais; cruzamentos intra e interespécies; sêmen resfriado