A tartaruga-verde, Chelonia mydas (Linnaeus, 1758), é a mais comum na região costeira do Brasil e a compreensão da morfologia e de processos fisiológicos básicos nesses organismos é importante, podendo fornecer subsídios para estudos evolutivos sobre a espécie. O objetivo deste trabalho foi descrever a morfologia do esôfago de C. mydas, com a finalidade de se produzirem informações que possibilitem análises comparativas com outros quelônios. Utilizaram-se oito animais, provenientes do litoral do Espírito Santo, no período de setembro a novembro de 2014. Obtiveram-se dados de comprimento curvilíneo da carapaça (CCC) e largura curvilínea da carapaça (LCC). O esôfago foi retirado desde a inserção da orofaringe até a porção inicial do estômago para avaliação histomorfológica e medida do comprimento. Foram avaliadas quatro regiões do esôfago. O órgão inteiro foi fixado em formalina a 10% e, posteriormente, foi coletado um fragmento de cada região para processamento histológico e coloração pelas técnicas hematoxilina e eosina (HE), tricrômico de Masson, Gram e ácido periódico-Schiff (PAS). Os animais juvenis possuíam CCC médio de 38,8±6,43cm e LCC média de 35,6±6,59cm; o animal adulto mediu 102,3cm de CCC e 96,9cm de LCC. O comprimento médio do esôfago foi de 20,47±1,56 nos juvenis, e total de 55,6cm no adulto. Observou-se que o esôfago de C. mydas é um órgão tubular muscular constituído de papilas cônicas que variam de quantidade e tamanho à medida que se aproximam do estômago, revestidas por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado e ricas em tecido mixoide. Há variação nas camadas mucosa, muscular externa e serosa entre as regiões do esôfago e há presença de glândulas produtoras de muco na mucosa da região da junção gastroesofágica. As características histomorfológicas do esôfago de C. mydas são importantes para exercer as funções mecânica e de proteção da mucosa desse órgão.
morfologia; quelônios; trato gastrintestinal; papilas esofágicas