RESUMO
Os objetivos deste estudo foram pesquisar a presença de crescimento bacteriano e fúngico em amostras de urina de gatos com obstrução uretral, identificar os agentes infecciosos causadores e comparar parâmetros clínico-laboratoriais selecionados com os resultados da urocultura após a cateterização uretral. Vinte e oito gatos machos foram incluídos neste estudo prospectivo. A sondagem uretral foi realizada de forma asséptica, e o cateter foi mantido por 24-48 horas, com um sistema de coleta fechado e estéril. Não foram utilizados antibióticos durante esse período. A primeira amostra de urina foi obtida no momento da admissão do felino, e a segunda 24-48 horas após a retirada do cateter, ambas por cistocentese. Dois gatos (7,1%) apresentaram urocultura bacteriana positiva na primeira amostra de urina. A frequência de culturas de urina positivas na segunda amostra foi de 52,4% (11/21 gatos). Um terço das bactérias isoladas eram Gram-positivas, um terço eram Gram-negativas e um terço eram infecções mistas. As culturas fúngicas foram todas negativas. Houve associação significativa das uroculturas positivas com presença de piúria (P=0,0128). Observou-se alta frequência de uroculturas positivas após a retirada do cateter urinário, apesar de se respeitarem as diretrizes de cuidados com os cateteres uretrais. Ainda assim, esses resultados devem ser interpretados com cautela, pois a lavagem vesical intermitente foi realizada desconectando o sistema coletor, o que pode ter representado um ponto crítico para contaminação bacteriana. Ressalta-se que as uroculturas devem ser consideradas como acompanhamento em gatos com obstrução uretral, após a retirada do cateter uretral.
Palavras-chave:
doença do trato urinário inferior dos felinos; sonda uretral de espera; bacteriúria subclínica; infecção do trato urinário