RESUMO
O objetivo deste estudo foi caracterizar as reações tissulares desencadeadas pela tela de polipropileno revestida com o filme de quitosana e polietilenoglicol e verificar se ela é capaz de prevenir a formação de aderências peritoneais. Um defeito na parede abdominal dos ratos foi realizado, e as telas de polipropileno revestidas com quitosana/polietilenoglicol (grupo CPEG, n= 12) e sem revestimento (grupo controle PP, n= 12) foram implantadas. No quarto e no 45º dia pós-operatório, avaliou-se a formação de aderências e a reação tecidual ao biomaterial por análise histológica e histoquímica. A área (P= 0,01) e a severidade (P= 0,002) da aderência peritoneal foram significativamente menores no grupo CPEG no 45º dia. No quarto dia, observou-se que a reação do corpo estranho foi menor no grupo CPEG (P= 0,018), e a produção de fibras de colágeno mais intensa (P= 0,041). As reações tissulares causadas pelos biomateriais implantados foram semelhantes no 45º dia, com exceção da melhor organização das fibras colágenas no grupo CPEG. As telas CPEG não impediram completamente a formação de aderências, porém minimizaram a gravidade do processo. A reação de corpo estranho promovida por telas de polipropileno revestidas com CPEG é menos intensa do que a desencadeada por telas de polipropileno não revestidas.
Palavras-chave:
aderências peritoneais; prótese; reação de corpo estranho; tela cirúrgica