Foram simulados quatro sistemas de produção de bovinos de corte a partir de dados zootécnicos e econômicos de uma fazenda de ciclo completo situada no município de Corinto, região central de Minas Gerais. Utilizou-se o programa de simulação bioeconômica Embrapec. Os sistemas simulados foram: ciclo completo com uso de cruzamento industrial (CompCRUZA), ciclo completo exclusivamente com zebuíno (CompZEBU), ciclo de cria com uso de cruzamento industrial (CriaCRUZA), ciclo de cria exclusivamente com zebuíno (CriaZEBU). No sistema com cruzamento industrial, os animais eram vendidos logo após a desmama, com oito meses (CriaCRUZA), ou abatidos aos 13 meses (CompCRUZA). No sistema com rebanho zebu, os animais eram também vendidos à desmama (CriaZEBU) ou abatidos aos 24 meses (CompZEBU). As bezerras foram recriadas, e uma parcela (15%), descartada para a venda. A quantidade de animais em um rebanho estabilizado foi 13,1% e 10,7% menor nos sistemas cruzados, completo e cria, respectivamente; porém a quantidade (kg) de carcaça vendida/ha (49,9 para CriaCRUZA e 118,1 para CompCRUZA) e a taxa de desfrute (24,4%) foram em média 15,3% maior que zebuínos. A taxa interna de retorno e o valor presente líquido foram superiores para os sistemas que adotaram o cruzamento de zebuínos com raças europeias, CriaCRUZA (17,2% e R$ 10.151.896,54) e CompCRUZA (18,9% e R$ 11.749.329,42). Quando comparados os sistemas de produção, os que utilizaram ciclo completo, o CompCRUZA (18,9% e R$ 11.749.329,42) e CompZEBU (16,2% e R$ 9.568.293,51), foram em média 18,7% maiores que os de cria, quando comparados com o mesmo grupo genético, CriaCRUZA (17,2% e R$ 10.151.896,54) e CriaZEBU (14,6% e R$ 7.955.230,38). Todos os sistemas de produção simulados foram economicamente viáveis, sendo que o sistema de produção CompCRUZA foi que apresentou maior viabilidade econômica e com melhores indicadores zootécnicos.
cruzamento industrial; gado de corte; indicadores zootécnicos; rentabilidade; zebu