RESUMO
Rosmarinus officinalis L. (alecrim) e Origanum vulgare L. (orégano) são conhecidos pelas propriedades antimicrobianas, entretanto seus estudos na esporotricose são escassos. Este trabalho objetivou avaliar a atividade anti-Sporothrix spp. de óleos extraídos e comerciais dessas plantas e analisar seus constituintes químicos. Isolados do complexo S. schenckii e S. brasiliensis (n: 25) de humanos, gatos, cães e solo, foram testados pela diretriz M27-A3 do CLSI com modificações para fitoterápicos. Os óleos de R. officinalis L. foram similares com CIM50 e CFM50 ≤2.25mg/mL para extraído; e 4.5mg/mL e 9mg/mL, respectivamente, para comercial. Ambos os produtos demonstraram CIM90 de 18mg/mL e CFM90 de 36mg/mL. Em O. vulgare L., o óleo extraído apresentou melhor atividade com CIM50 e CFM50≤2.25mg/mL e CIM90 e CFM90 de 4.5mg/mL, ao passo que o óleo comercial mostrou CIM50 e CFM50 de 9mg/mL; e CIM90 de 18mg/mL e CFM90 de 36mg/mL. Por meio da cromatografia gasosa (CG/FID), timol e α-terpineno foram majoritários para o óleo extraído de O. vulgare L., e carvacrol e γ-terpineno para o comercial. Ambos os óleos de R. officinalis L. apresentaram 1,8-cineol e α-pineno como prevalentes. Os isolados foram sensíveis a todos os óleos essenciais testados, inclusive S. brasiliensis, resistentes ao itraconazol. Os óleos extraídos e comerciais de R. officinalis L. e O. vulgare L. apresentaram atividade anti-Sporothrix spp. in vitro e são promissores para o tratamento da esporotricose, inclusive em casos refratários ao itraconazol. Mais estudos devem ser realizados sobre toxicidade e eficácia in vivo para seu uso seguro.
Palavras-chave: esporotricose; resistência antifúngica; orégano; alecrim; Lamiaceae