Avaliou-se a viabilidade do emprego da cartilagem auricular bovina conservada em glutaraldeído a 4% na hernioplastia experimental, empregando-se seis coelhos adultos, machos, da raça Nova Zelândia. Para obtenção da hérnia incisional, removeu-se um segmento elíptico de 3cm de comprimento por 1cm de largura, no ponto central à primeira incisão, envolvendo fáscia e tecido muscular, na região da cicatriz umbilical. Dois animais de cada vez foram sacrificados aos 15, 30 e 45 dias após a cirurgia. Nos sacrificados aos 15 dias, observaram-se áreas focais de inflamação, caracterizadas por abscesso e fístula. À microscopia, observou-se área de inflamação e necrose próxima à periferia do implante. Nas amostras colhidas dos animais sacrificados aos 30 dias, não foram evidenciadas alterações clínicas relevantes. Desses, um animal apresentou à microscopia intensa proliferação fibroblástica, moderada neovascularização e células inflamatórias predominantemente mononucleares. Dos sacrificados aos 45 dias, em um ocorreu aderência de alça intestinal ao implante. É possível inferir que o material implantado apresentou satisfatória compatibilidade com o tecido receptor. Conclui-se que o implante de cartilagem auricular bovina conservada na hernioplastia experimental em coelhos apresentou evidências de boa integração tecidual e cicatrização, não havendo eliminação do material implantado.
coelho; hérnia incisional; lagomorfos; cirurgia experimental