RESUMO
O perfil epizootiológico da cinomose canina em Belo Horizonte é desatualizado e não alberga algumas características relevantes. Uma análise recente da distribuição do vírus em relação às características do hospedeiro e do meio ambiente associada aos principais sinais clínicos e achados laboratoriais são importantes para se adotarem medidas estratégicas para o controle da enfermidade. Objetivou-se, assim, determinar as características epizootiológicas da infecção pelo vírus da cinomose canina associada à variedade de sinais clínico-neurológicos e laboratoriais em Belo Horizonte, auxiliando no diagnóstico precoce da infecção e na diminuição das taxas de morbidade e mortalidade da doença. A avaliação do perfil epizootiológico de 90 cães revelou que a doença é mais frequente em animais adultos (um a seis anos de idade) e que não receberam vacinas conforme recomendado pelos protocolos. Os sinais clínicos extraneurais e neurais foram variados, com predomínio para manifestações gastrentérica e respiratória, mioclonia e déficit motor, respectivamente. O exame do fluido cérebro-espinhal demonstrou predomínio de proteinorraquia associada à pleocitose linfocítica. O teste de imunocromatografia para pesquisa de antígeno com amostras do fluido cerebroespinhal foi eficaz para identificar a doença em pacientes com sinais neurológicos, diferentemente das amostras do swab conjuntival, que não devem ser utilizadas.
Palavras-chave: cinomose canina; perfil epidemiológico; sinais clínico-neurológicos; alterações laboratoriais