Objetivo:
Acessar a citotoxicidade e genotoxicidade do tratamento intravítreo de adalimumabe em um modelo experimental animal utilizando técnicas citológicas e moleculares.
Métodos:
Dezoito coelhos foram aleatoriamente selecionados em três grupos: controle, tratamento intravítreo com adalimumabe e placebo. Os efeitos tóxicos nas células da retina foram avaliados através de ensaios de citometria de fluxo, para a determinação de atividade apoptótica e necrótica. A genotoxidade foi avaliada através de ensaios cometa para determinar danos ao DNA e através de PCR em tempo real para avaliar a expressão genética de caspases (8 e 3) promotoras de apoptose celular.
Resultados:
Não foram detectadas citotoxicidade e genotoxidade nos dois grupos de tratamento, adalimumabe e placebo, em comparação com o controle. A citometria de fluxo determinou que mais de 90% das células eram viáveis após o tratamento, e uma pequena quantidade de células da retina apresentaram apoptose (~10%) ou necrose (<1%) em todos os grupos. O dano molecular também foi baixo com uma degradação no DNA de no máximo 6,4% detectados nos ensaios cometa. Adicionalmente, não foram observados aumentos na expressão genética das caspases que induzem a apoptose através dos ensaios de PCR em tempo real.
Conclusão:
O tratamento intravítreo com adalimumabe não promoveu nenhuma citotoxicidade e genotoxicidade detectável em células da retina por até sessenta dias. Estes resultados, portanto, indicam que o adalimumabe pode ser uma opção segura para o tratamento de doenças oculares inflamatórias em que o TNFα está envolvido.
Injecções intravítreas;; Retina; Anticorpos monoclonais humanizados/toxicidade; Apoptose; Fator de necrose tumoral alfa; Animais; Coelhos