OBJETIVO: Analisar a camada de fibras nervosas nos usuários de cloroquina com a tomografia de coerência óptica (OCT). MÉTODOS: A espessura da camada de fibras nervosas foi mensurada pelo Stratus OCT® através do protocolo scan rápido da camada de fibras nervosas em 94 olhos de 48 pacientes usuários de cloroquina a pelo menos um ano e sem alteração macular aparente. A dose cumulativa e dose diária máxima (mg/kg/dia) e o tempo de uso da cloroquina foram correlacionadas com a espessura da camada de fibras nervosas. Os dados formam comparados com um grupo controle de 30 pacientes não usuários de cloroquina. Todos os pacientes foram submetidos a um exame oftalmológico completo incluindo medida da acuidade visual, refração, pressão intraocular, fundoscopia, retinografia e medida da escavação de papila. RESULTADOS: Comparação entre a média da espessura da camada de fibras nervosas entre usuários do antimalárico (107,60 ± 13,25 µm) e o grupo controle (99,05 ± 13,08 µm) teve uma associação estatisticamente significativa (p=0,0137). Também foi encontrada essa associação entre os quadrantes temporal, superior e inferior da camada de fibras nervosas peripapilar dos dois grupos. Ao analisar a camada de fibras nervosas através das 12 h do relógio detectou-se pelo menos um defeito focal em mais de 50% dos usuários da medicação. Nos pacientes com o defeito focal foi observado uma relação com a dose diária máxima (p=0,0120). CONCLUSÃO: A tomografia de coerência óptica demonstrouse eficaz na detecção da diminuição da camada de fibras nervosas em usuários de cloroquina sem alterações fundoscópicas aparentes. Dessa forma, a tomografia de coerência óptica pode contribuir para o diagnóstico mais precoce da retinopatia por cloroquina.
Tomografia de coerência óptica; Fibras nervosas; Retina; Cloroquina; Hidroxicloroquina; Células ganglionares da retina; Doenças retinianas