Relato de um caso de glaucoma bilateral de ângulo fechado induzido pelo topiramato. Este raro efeito colateral é uma idiosincrasia causada por efusão uveal e deslocamento do cristalino para frente, causando aumento da pressão intraocular e perda visual. Descrevemos o caso de uma paciente de 55 anos com migrânea, torcicolo espasmódico e tremor essencial, que desenvolveu glaucoma bilateral de ângulo fechado uma semana após iniciar o uso de topiramato, 25 mg/dia. A paciente foi atendida no setor de Emergências Oftalmológicas da Fundação Penido Burnier (Campinas, SP, Brasil), com história de 4 horas de embaçamento visual, dor ocular e visão de flashes brilhantes. O exame com lâmpada de fenda revelou injeção conjuntival moderada, edema corneano e câmara anterior rasa em ambos os olhos. A pressão intraocular era de 48 mmHg bilateralmente e a fundoscopia era normal. Foi tratada com colírios de timolol, brimonidina, dorzolamida, pilocarpina e acetato de prednisona e acetazolamida via oral. Uma hora após essas medidas, a pressão intraocular era 30 mmHg, e a paciente recebeu uma injeção intravenosa de manitol, ocorrendo normalização da pressão intraocular após essa medida. Após 24 horas foi realizada iridectomia com Yag laser. O topiramato foi interrompido e ela se recuperou totalmente após uma semana.
Glaucoma, ângulo-fechado; Glaucoma, ângulo-fechado; Anticonvulsivantes; Pressão intraocular; Doenças uveais; Relato de caso