RESUMO
Determinaram-se alterações dos epitélios corneano e conjuntival e do filme lacrimal em 40 pacientes com diagnóstico clínico de pterígio, distribuídos ao acaso em 2 grupos (grupo sem Tiotepa e grupo com Tiotepa), através de biomicroscopoa, estesiometria corneana, do teste de Schirmer I, do tempo de rompimento do filme lacrimal pré-corneano e do teste do rosa bengala.
No grupo sem Tiotepa, um olho foi submetido à excisão do pterígio e recebeu no pós-operatório colírio, com a associação de dexametasona 1 mg e cloranfenicol 5 mg, 1 gota 3 vezes o dia até o 25º, tendo o olho contralateral servido de controle. Variações significativas de estesiometria corneana e teste do rosa bengala ocorreram apenas no 15º dia pós-operatório e foram imputadas ao trauma cirúrgico.
No grupo com Tiotepa, um olho foi submetido à excisão do pterígio e recebeu pós-operatório colírio, com a associação de dexametasona 1 mg e cloranfenicol 5 mg, 1 gota 3 vezes ao dia até o 25º e colírio de Tiotepa 1:2000, 1 gota 5 vezes ao dia até o 40º, servindo o olho contralateral de controle. As variações de estesiometria corneana, teste de Schirmer I, tempo de rompimento do filme lacrimal pré-corneano e teste do rosa bengala mantiveram-se significativas durante os 40 dias de utilização do Tiotepa, sendo que, para a maioria dos indivíduos, esses parâmetros se normalizaram entre 1 e 3 semanas após a suspendo da droga. No olho contralateral, evidenciaram-se alterações significativas de estesiometria corneana e do tempo de rompimento do filme lacrimal pré-corneano, que sugerem efeitos de absorção sistêmica da droga.
A pesquisa demonstra que, embora sendo transitórias, as alterações de sensibilidade corneana, do filme lacrimal (volume e estabilidade) e da vitalidade dos epitélios corneano e conjuntival estão relacionados ao uso do Tiotepa.
Unitermos:
Pterígio - Tiotepa; efeitos colaterais - Ceratite; quimicamente induzida