Objetivo:
Estudar a microbiota conjuntival bacteriana aeróbica dos pacientes diabéticos em relação ao controle glicêmico, verificado através da hemoglobina glicada, em duas cidades distintas.
Métodos:
Foi realizado um estudo transversal utilizando raspados de conjuntiva de indivíduos diabéticos de ambos os sexos e idades variáveis de duas cidades: Sorocaba e Rio Branco. O grupo controle foi constituído de pacientes não diabéticos. A amostra foi constituída de pacientes diabéticos que foram considerados controlados com hemoglobina glicada ≤7% e glicemia de jejum ≤126 mg/dl e não controlados com hemoglobina glicada >7% e glicemia de jejum >126 mg/dl. O material obtido foi semeado em meio líquido Brain Heart Infusion (BHI) e em meios de cultivo para bactérias aeróbicas (ágar sangue e ágar chocolate). O crescimento bacteriano foi avaliado em laboratório de microbiologia.
Resultados:
Foram incluídos 120 olhos de 120 pacientes. A porcentagem de culturas nas quais houve crescimento bacteriano foi maior em pacientes diabéticos, sendo a diferença não estatisticamente significante (p=0,103). Não houve diferença entre o crescimento bacteriano em pacientes com hemoglobina glicada normal e alterada. Houve uma tendência maior de crescimento bacteriano em conjuntivas de pacientes diabéticos com glicemias de jejum elevada. Em Sorocaba houve crescimento bacteriano conjuntival semelhante a Rio Branco. O microrganismo mais frequente encontrado neste estudo foi Staphylococcus epidermidis, seguido de Staphylococcus aureus, Proteus mirabilis e Escherichia coli.
Conclusões:
Não ocorreu diferença entre pacientes diabéticos com hemoglobina glicada normal e alterada. Os microrganismos encontrados foram semelhantes aos estudos da flora bacteriana de conjuntivas normais e de diabéticos.
Conjuntiva; Microbiota; Diabetes mellitus; Hemoglobina A glicosilada