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Espessura coroidal subfoveal e alterações da camada de fibras nervosas da retina em pacientes com insuficiência cardíaca crônica

RESUMO

Objetivo:

O objetivo do nosso estudo foi avaliar a espessura coroidal subfoveal e a camada peripapilar de fibras nervosas da retina em pacientes com insuficiência cardíaca crônica, em comparação com um grupo de controle.

Métodos:

Setenta e dois pacientes com insuficiência cardíaca crônica e 40 controles saudáveis foram inscritos. Os pacientes com insuficiência cardíaca crônica foram divididos em dois grupos, de acordo com a fração de ejeção do ventrículo esquerdo. Pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 30-50% foram incluídos no grupo 1, enquanto valores de fração de ejeção do ventrículo esquerdo inferiores a 30% foram incluídos no grupo 2. A espessura coroidal subfoveal e a espessura da camada peripapilar de fibras nervosas da retina foram medidas por tomografia de coerência óptica de domínio espectral.

Resultados:

A espessura média da coroide subfoveal foi de 250,24 ± 68,34 µm no grupo 1, 216,72 ± 71,24 µm no grupo 2 e 273,64 ± 77,68 µm no grupo controle. As diferenças entre os três grupos foram estatisticamente significativas. A espessura média da camada peripapilar de fibras nervosas da retina foi de 100,34 ± 8,24 µm, 95,44 ± 6,67 µm e 102,34 ± 8,24 µm, respectivamente. Não houve diferença significativa na espessura da camada peripapilar de fibras nervosas da retina entre o grupo 1 e o grupo controle, mas os valores foram significativamente menores no grupo 2.

Conclusão:

Nosso estudo mostrou que a espessura coroidal subfoveal foi menor em ambos os grupos de insuficiência cardíaca crônica, em comparação com controles saudáveis. Porém, a camada peripapilar de fibras nervosas da retina mostrou-se alterada apenas em pacientes com menos de 30% da fração de ejeção do ventrículo esquerdo. Na prática clínica, reduções nesses valores, correlacionadas com a diminuição da fração de ejeção do ventrículo esquerdo, podem ser importantes para o acompanhamento de doenças coriorretinianas e a avaliação dos riscos de glaucoma em pacientes com insuficiência cardíaca crônica.

Descritores:
Insuficiência cardíaca/complicações; Coroide/pa tologia; Tomografia de coerência óptica; Fibras nervosas; Retina

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