Assessou-se os campos visuais de modulação temporal (CMTs) de 91 observadores incluindo controles, pacientes parkinsonianos e membros da comunidade de James Bay Cree do norte de Quebec, suspeitos de terem sidos expostos cronicamente a níveis relativamente baixos de metil-mercúrio. O objetivo principal foi estabelecer a possibilidade de utilização de tais procedimentos para avaliar rapidamente a função visual em um amplo estudo de campo com a comunidade de James Bay Cree. Os resultados mostraram claros efeitos normais do envelhecimento nos CMTs e o padrão de perda diferiu dependendo da taxa de piscamento utilizada. As comparações de dados de grupo entre os grupos-controle e os grupos experimentais mostraram efeitos significativos somente entre os Cree e os controles normais na categoria de 40 a 49 anos de idade para as condições de baixa freqüência temporal (2 Hz). Exemplos de análises individuais mostraram um observador Cree com constrição severa do campo visual na condição de 2 Hz, mas com campo visual normal na condição de 16 Hz, e um padrão invertido para um paciente parkinsoniano para o qual uma constrição do campo visual foi evidente somente para a condição de 16 Hz. As conclusões gerais foram: tal técnica pode ser empregada para avaliar as conseqüências visual de transtornos neuropatológicos e pode conduzir à dissociação entre certos efeitos neurotóxicos e neurodegenerativos, dependendo dos parâmetros empregados; esta técnica pode ser empregada em estudos de campo amplos porque é rápido e facilmente entendido e realizado pelos sujeitos; o procedimento de CMT empregado apresentou boas correlações teste-reteste; envelhecimento normal causou mudanças nos perfis CMT, mas as mudanças irão apresentar diferentes padrões ao longo do campo visual dependendo dos parâmetros empregados.
Neurotoxicologia; Doença de Parkinson; Campo visual; Envelhecimento; Testes neurocomportamentais