RESUMO
Objetivos:
Como uma classe de drogas psicoesti mulantes, as anfetaminas são amplamente usadas por suas propriedades estimulantes, eufóricas e alucinógenas. Muitos desses efeitos resultam de aumentos agudos na neurotransmissão da dopamina e da serotonina. Após o início desses efeitos, a 3,4-metilenedioximetanfetamina produz danos persistentes nos terminais nervosos de dopamina e serotonina, resultando em neurotoxicidade duradoura. O objetivo desta investigação foi avaliar os efeitos do tratamento baixa dose de metilenedioximetanfetamina na função da retina em camundongos C57BL/6 e seus mecanismos subjacentes.
Métodos:
Camundongos C57BL/6 foram divididos aleatoriamente em dois grupos (n=10): um grupo foi tratado com solução salina tamponada de fosfato por injeção intraperitoneal diária; o outro grupo foi tratado com 1 mg/kg de metilenedioximetanfetamina por injeção intraperitoneal diária durante 3 meses. Eletroretinografia foi utilizada para testar a função da retina a cada mês. A coloração H&E e análise com deoxinucleotidil terminal transferase foram utilizados para avaliar a morfologia e histologia da retina. Testes de imunoabsorção enzimática foram utilizados para medir marcadores de estresse oxidativo e fatores inflamatórios. A expressão de genes e proteínas foi detectada por PCR em tempo real e western blot.
Resultados:
O tratamento de três meses com metilenedioximetanfetamina induziu disfunção de retina significativa por apoptose de células fotorreceptoras por estresse oxidativo e resposta inflamatória.
Conclusões:
Estes resultados sugerem que o tratamento a longo prazo com metilenedioximetanfetamina aumenta as respostas inflamatórias em células fotorreceptoras, resultando em disfunção de retina em camundongos C57BL/6. Assim, a investigação foence uma justificação pré-clínica para os danos na retina causados pelo abuso de metilenedioximetanfetamina.
Descritores:
3,4-metilenedioximetanfetamina; Estresse oxidativo; Resposta inflamatória; Retina/lesões; Camundongos