RESUMO
A curvatura corneana pode ser alterada através da concentração das fibras colágenas com a utilização de um cautério sob a forma de sonda, em um procedimento denominado termoceratoplastia para hipermetropia. Este processo induz aumento da curvatura corneana e acentuação de seu poder dióptrico. Doze olhos hipermétropes de oito pacientes foram tratados por esta técnica aplicando-se a unidade térmica de Fyodorov de forma radial. A programação cirúrgica foi determinada pelo "software” que acompanha a unidade. O acompanhamento variou de 24 a 54 semanas (média de 31,5). O equivalente esférico variou de 4,10±1,12 dioptrias para -0,85±0,86 (P = 0,001), 0,74±1,26 (P=0,001), 1,05±1,34 (P = 0,001) e 3,84±1,13 dioptrias (P=0,16), respectivamente aos 4, 12 e 24 semanas após a cirurgia e na última consulta. O aumento induzido de curvatura corneana regrediu significantemente entre 4 semanas e a última avaliação. Setenta e cinco por cento dos pacientes apresentaram melhora na acuidade visual não corrigida de pelo menos duas linhas. Em nenhum dos pacientes avaliados observou-se erosões recorrentes, neovascularização ou necroses estromais. Em dois pacientes onde foi realizada microscopia especular seis meses após a cirurgia não se detectaram alterações endoteliais. Este estudo confirma o efeito limitado e temporário da termoceratoplastia na correção da hipermetropia.
Palavras-chave:
Hipermetropia; Termoceratoplastia; Córnea