OBJETIVO: Avaliar a utilização de recursos, os custos e a efetividade da esclerectomia profunda não penetrante (EPNP). MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo consecutivo de olhos operados de glaucoma pela técnica de EPNP. Os olhos foram divididos em três grupos de acordo com a gravidade do glaucoma: 1 (inicial), 2 (moderado) e 3 (avançado). Os recursos considerados foram baseados nas seguintes variáveis: procedimento cirúrgico (EPNP), uso de mitomicina C (MMC) intraoperatória, agulhamento com 5-fluoruracil (5-FU), goniopuntura com Nd:YAG laser, nova cirurgia filtrante e medicações necessárias no pós-operatório. O cálculo dos custos foi baseado nos valores exercidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no período de 5 anos. O sucesso foi considerado uma pressão intraocular final <18 mmHg (com pelo menos 20% de redução) sem qualquer medicação anti-glaucomatosa. RESULTADOS: A utilização proporcional de recursos nos grupos 1, 2 e 3 foi, respectivamente: 92,1%, 88,5% e 93,0% para MMC; 10,5%, 11,5% e 13,3% para 5-FU; 18,4%, 19,7% e 21,9% para goniopuntura e 13,2%, 24,6% e 27,3% para nova cirurgia filtrante. O custo direto da EPNP foi de US$305,25 para os glaucomas iniciais; US$361,37 para os moderados e US$390,09 para os avançados. Não foi observada diferença na efetividade da cirurgia nos três grupos. CONCLUSÃO: Observou-se uma tendência na utilização dos recursos e no custo direto da EPNP. Quanto mais avançado o glaucoma, maior foi a necessidade de recursos e maiores foram os custos. A efetividade da EPNP não sofreu influência do estágio evolutivo do glaucoma.
Glaucoma; Glaucoma primário de ângulo aberto; Cirurgia filtrante; Custos; Custos de cuidados de saúde